O USO DE PLANTAS MEDICINAIS ASSOCIADAS AO TRATAMENTO DE LEISHMANIOSE EM PACIENTES ATENDIDOS NA REGIONAL DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE PINHEIRO-MA

Abstract

Introdução: A Leishmaniose é uma doença tropical negligenciada causada pelo protozoário do gênero Leishmania, transmitida através da picada de insetos denominados flebotomíneos, é uma doença que está presente em diversos países do mundo. No Brasil essa patologia tem sido diagnosticada em todos os estados. Em 2020, o país notificou um dos maiores níveis de casos pelo mundo num total de 16.432 mil casos, o estado do Maranhão, registrou no mesmo ano 1.098 casos confirmados de leishmaniose, representando 6% dos casos totais do brasil para esse ano. O principal tratamento existente é o farmacológico, sendo o Glucantime considerado medicamento de referência em diversos países, inclusive no Brasil. Existem diversas evidências cientificas que comprovam que o uso da terapia medicamentosa apresenta complicações, como efeitos colaterais diversos, resistência dos parasitos, alta toxicidade, baixa efetividade, alto custo, dentre outros. Devido a esses motivos, estudos sobre novos fármacos leishmanicídas vem ganhando destaque e estão cada vez mais em ascensão pesquisas com plantas medicinais, principalmente em países endêmicos da doença, visto que as plantas podem conter moléculas química-biológicas para serem desenvolvidos novos fármacos. Objetivo: Avaliar o conhecimento etnofarmacológico aplicado ao uso de plantas medicinais em pacientes com leishmaniose atendidos na Regional de Saúde do munícipio de Pinheiro-MA. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, transversal com coleta dos dados, utilizou-se a aplicação de questionários para identificar as principais plantas utilizadas pelos participantes no tratamento da leishmaniose no município de Pinheiro-MA, os dados foram analisados e estruturados pelo Software Microsoft Excel 2016. Resultados: Obtivemos um total de 26 entrevistados, sendo um estudo com amostra por conveniência, tais como 62% do sexo masculino, com intervalo de idade entre 21 a 40 anos. 69% dos entrevistados declaram ser de Raça Preta, e 46% lavrador. Quanto ao uso de plantas, 50% dos participantes faziam uso de plantas medicinais, dentre as plantas mais mencionadas estão a babosa, o alho, o óleo de girassol, o mastruz e a capeba, os principais motivos de usarem as plantas medicinais foram por costume ou tradição e por considerarem mais fácil de adquirir que os medicamentos de farmácia. Foram selecionadas do estudo as plantas que mais foram citadas, sendo elas: Aloe Vera, Allium Sativum L., Chenopodium ambrosioides L., Citrus sinensis, Copaifera reticulada ducke, Attalea speciosa. Conclusão: A partir desta pesquisa foi possível observar que o uso de produtos naturais tem uma prevalência considerável em pacientes com diagnóstico de leishmaniose. Plantas como Aloe Vera, Allium Sativum L., Chenopodium ambrosioides L., Citrus sinensis, Copaifera reticulada ducke, Attalea speciosa, são relatadas em estudos disponíveis na literatura como espécies que apresentam atividades leishmanicídas diretas. Esses dados são essenciais para o desenvolvimento de novas alternativas no tratamento, sabendo que as drogas de uso convencional, apresentam diversas dificuldades. Portanto, é necessário um incentivo maior e continuidade para as pesquisas sobre este assunto, levando em consideração os diversos benefícios no uso de produtos naturais, como a acessibilidade, baixo custo, baixa toxicidade e eficiência comprovada.