EFEITOS DO ESTADIAMENTO NUTRICIONAL SOBRE A CAPACIDADE E AUTONOMIA FUNCIONAL DE IDOSAS PARTICIPANTES DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS MULTIMODAIS

Abstract

Introdução: O Brasil tem mais de 28 milhões de pessoas idosas, e esse percentual tende a dobrar nas próximas décadas, levando ao envelhecimento da população, acontecimento natural que apresenta modificações, transtorno de humor, sintomas físicos, dores e sedentarismo, diminuição da massa e força muscular, bem como aumento no percentual de gordura e da prevalência de sobrepeso e obesidade o que pode afetar a mobilidade física e desencadear um processo de perdas da capacidade e autonomia funcional em desempenhar as atividades da vida diária. Objetivo: avaliar o efeito do estadiamento nutricional sobre a capacidade e autonomia funcional de idosas participantes de um programa de exercícios multimodais. Metodologia: Pesquisa de caráter transversal, com uma amostra de 30 idosas, de idade ≥60 anos, sendo 8 participantes classificados como eutrófico, 10 participantes com sobrepeso e 12 classificados com obesidade, segundo o IMC. A capacidade funcional, entre os grupos, foi avaliada através da distância percorrida no teste de caminhada 6 minutos, e utilizado o protocolo de avaliação da autonomia funcional do Grupo de Desenvolvimento Latino-Americano para a Maturidade (GDLAM), composto pelos cinco testes. Para análise estatística, foi verificada inicialmente a normalidade dos dados (teste de Shapiro Wilk); sendo posteriormente os resultados quantitativos apresentados na forma de média e desvio padrão. Foi feita análise de variância (ANOVA) de uma via, com teste de post hok de Tukey, para comparar possíveis diferenças entres os três grupos, eutrófico, sobrepeso e obeso, tanto sobre as variáveis de caracterização quanto nos valores dos testes da autonomia funcional. Foi aplicada a análise de correlação de Pearson entre o IMC, somatório de dobras cutâneas, circunferência da cintura e abdômen com as variáveis de capacidade funcional e autonomia funcional. Todas as análises foram realizadas no software estatístico GraphPad Prism 9.0.0, e, admitido um intervalo de confiança de 95% com um p ≤ 0,05 de significância. Resultados: O estudo mostrou que, mesmo não havendo diferença entre os grupos estudados quanto a autonomia funcional, existe correlação do IMC, do somatório de dobras cutâneas, da circunferência do abdômen e da cintura com o índice geral do GDLAM e a capacidade de levantar da posição em decúbito ventral; bem como também há correlação entre o somatório de dobras com levantar-se da cadeira e locomove-se pela casa. Conclusão: Conclui-se que não há associação do estadiamento nutricional com a capacidade e autonomia funcional de idosas participantes de um programa de exercícios multimodais. Entretanto, o IMC juntamente ao somatório de dobras cutâneas se correlaciona de maneira positiva com índices da autonomia funcional (LPDV, LCLC e IG), que podem ser prejudicados com o aumento da gordura abdominal.