Análise do tratamento da Síndrome Coronariana Aguda (SCA), em hospital público terciário no sul do Maranhão

Abstract

RESUMO

Fundamento: O tratamento da SCA deve ser baseado em evidências científicas robustas e direcionado por protocolos, a fim de diminuir a morbimortalidade. Objetivo: Analisar o tratamento da SCA e a taxa de mortalidade na fase aguda, identificando o diagnóstico, as medicações, as doses prescritas e o tempo de encaminhamento para realização de procedimentos diagnósticos e terapêuticos. Métodos: Estudo observacional, analítico, transversal e retrospectivo, com 110 pacientes com SCA, baseado na coleta de dados dos prontuários, em hospital público terciário na cidade de Imperatriz - MA, no período de 1 de janeiro a 30 de junho de 2017. Resultados: Dos 110 pacientes com SCA, 59,1% era do sexo masculino. A média de idade geral foi de 64+/- 11 anos. O tempo porta-ECG de até 10 minutos foi realizado em 11,8%. O laudo do ECG foi com supradesnivelamento do segmento ST em 47,3 %. O óbito na população global foi 21,8%. No IAMcSST, a mortalidade foi de 30,7%, o tratamento foi clínico em 65,3%, sendo que em 1,9% foi realizada ICP primária. Não houve realização de trombólise química. Observou-se uma média de 4,4 dias para realização de ICP. A dosagem de marcadores de necrose miocárdica foi realizada desnecessariamente em 1/3 dos pacientes e deixou de ser realizada quando necessária em 2/3 deles. As taxas globais de medicações nas primeiras 24h foram AAS (91,8%), Clopidogrel (74,5%), IECA/BRA (24,5%), estatina (55,5%) e betabloqueador (29,1%). Conclusão: Observou-se elevada mortalidade intra-hospitalar, baixa taxa de reperfusão e adesão insuficiente aos protocolos preconizados para tratamento da SCA.