Fatores que afetam a aprendizagem dos nados

Abstract

RESUMO O objetivo deste estudo foi investigar os fatores que afetam a aquisição dos nados. Foi realizada uma revisão bibliográfica em base de dados eletrônicas (Medline/Pubmed; Science Direct e Scielo) e em periódicos não indexados, utilizando as seguintes palavras-chave e suas traduções em inglês: aprendizagem motora, instrução, demonstração, feedback, prática e natação. Como critério de inclusão considerou-se estudos originais com delineamento contendo um período de prática e teste para inferir a ocorrência de aprendizagem motora. Foram encontrados dez estudos publicados entre os anos de 1995 e 2017 que investigaram os fatores instrução, prática e feedback, utilizando como amostra crianças, adolescentes e universitários. Os resultados mostram que, a automodelação (melhor desempenho) foi superior a auto-observação (desempenho mais recente) na aprendizagem da braçada dos nados em crianças. A automodelação também foi superior comparada à auto-observação no nado borboleta em adultos. Em iniciantes a automodelação autocontrolada foi superior ao yoked e controle no nado crawl, enquanto em intermediários tanto a automodelação autocontrolada como yoked foram superiores ao controle. Com mais tentativas de prática, também houve superioridade do autocontrole em intermediários comparado ao yoked e controle no nado crawl. Instruções visuais e auditivas com métrica típica levaram a melhor retenção do índice de pernada do nado peito e melhor transferência do índice de configuração espacial da flutuação dorsal. A prática física isolada e associada à prática mental foi superior à prática mental isolada na aprendizagem do nado borboleta. A aprendizagem do nado crawl com e sem restrição do feedback intrínseco visual levou a transferência semelhante para o nado costas. O conhecimento de performance (CP) visual foi superior ao auditivo na aprendizagem do nado crawl. O CP fornecido após boas e más tentativas teve efeito semelhante na aprendizagem do nado crawl. Apenas em dois estudos não houve diferença entre as manipulações experimentais, ambas referente ao feedback: intrínseco (com e sem visão) em crianças e extrínseco (CP) após boas e más tentativas em universitários.__ABSTRACT The aim of this study was to investigate the factors that affect the acquisition of swims. A bibliographic review was carried out in electronic databases (Medline/Pubmed; Science Direct and Scielo) and in non-indexed journals, using the following keywords and their English translations: motor learning, instruction, demonstration, feedback, practice and swimming . As inclusion criteria, we considered original studies with a design containing a period of practice and testing to infer the occurrence of motor learning. Ten studies published between 1995 and 2017 were found that investigated the factors of instruction, practice and feedback, using children, adolescents and university students as a sample. The results show that self-modeling (best performance) was superior to self-observation (most recent performance) in learning to swim strokes in children. Self-modeling was also superior compared to self observation in butterfly swimming in adults. In beginners, self-controlled self-modeling was superior to yoked and control in front crawl, while in intermediates, both self controlled and yoked self-modeling were superior to control. With more practice trials, there was also superiority of self-control in intermediates compared to yoked and control in front crawl. Visual and auditory instructions with typical metrics led to better retention of the breaststroke kick index and better transfer of the dorsal buoyancy spatial configuration index. Isolated physical practice associated with mental practice was superior to isolated mental practice in butterfly swimming learning. Learning front crawl with and without visual intrinsic feedback restriction led to similar transfer to backstroke. Visual performance knowledge (PC) was superior to auditory knowledge in front crawl swimming learning. The CP provided after good and bad attempts had a similar effect on crawl swimming learning. Only in two studies there was no difference between the experimental manipulations, both referring to feedback: intrinsic (with and without vision) in children and extrinsic (CP) after good and bad attempts in university students.