Revascularização pulpar de incisivo central permanente imaturo com abscesso apical crônico: relato de caso clínico

Abstract

Resumo: Este relato de caso apresenta o manejo terapêutico de um dente incisivo central superior permanente imaturo com fratura coronária complicada e abscesso apical crônico em uma criança de 11 anos. Foi realizada a técnica de revascularização pulpar. O canal foi acessado e desbridado cautelosamente. A desinfecção foi realizada com NaOCl a 2,5% e protocolo de irrigação final com EDTA a 17%. A pasta a base de hidróxido de cálcio foi empregada como medicação intracanal. Após 14 dias, o dente estava assintomático e a fístula cicatrizada. Trinta dias depois, a medicação intracanal foi removida. Foi estimulado um sangramento na região periapical para formação de um coágulo sanguíneo intracanal. Um plug de MTA foi colocado sobre o coágulo sanguíneo na altura da região cervical. Foi realizado o selamento coronário com ionômero de vidro e resina composta. No acompanhamento radiográfico de 3, 6, 12 e 40 meses foi observada progressiva resolução da radioluscência periapical, crescimento radicular e aumento da espessura das paredes dentinárias e fechamento apical. Aos 30 meses foi realizada a reconstrução coronária com resina composta. Nas tomografias computadorizadas cone-beam pós-operatórias (12 e 40 meses) observamos pontos radiopacos sugestivos de calcificação do canal radicular. Em todos os tempos avaliados o dente 11 apresentou-se assintomático. Conclui-se que a revascularização pulpar é uma alternativa eficaz para o tratamento de dentes permanentes imaturos com abscesso apical crônico.__Abstract: This case report presents the therapeutic management of an immature upper permanent central incisor tooth with complicated crown fracture and chronic apical abscess in an 11-year-old child. The pulp revascularization technique was performed. The canal was cautiously accessed and debrided. Disinfection was performed with 2.5% NaOCl and final irrigation protocol with 17% EDTA. Calcium hydroxide paste was used as intracanal medication. After 14 days, the tooth was asymptomatic and the fistula healed. Thirty days later, the intracanal medication was removed. Bleeding was stimulated in the periapical region to form an intracanal blood clot. An MTA plug was placed over the blood clot at the cervical region. Coronal sealing was performed with glass ionomer and composite resin. In radiographic follow-up at 3, 6, 12 and 40 months progressive resolution of periapical radiolucency, root growth and increased dentin wall thickness and apical closure were observed. At 30 months a coronary reconstruction with composite resin was performed. In postoperative cone-beam computed tomography (12 and 40 months) radiopaque points were observed, suggesting calcification of the root canal. Tooth 11 was asymptomatic at all times. We conclude that pulp revascularization is an effective alternative for the treatment of immature permanent teeth with chronic apical abscess.