Usando termografia de infravermelho para avaliar o estresse térmico em leitões após transporte rodoviário

Abstract

O estresse térmico durante o transporte de leitões é considerado um dos fatores que detém grande impacto econômico devido as perdas produtivas na suinocultura. Um método prático e não invasivo para o monitoramento do conforto térmico animal é a técnica de Termografia de Infravermelho (TIV). O objetivo com este estudo foi avaliar o estresse térmico de leitões transportados no semiárido do Brasil utilizando imagens infravermelhas. Foram monitoradas 5 operações de transporte entre fazendas no estado do Ceará, Brasil. O monitoramento ambiental e da carga foi realizado com o auxílio de data loggers. Após o transporte, a Temperatura Orbital (TO) e a Temperatura Superficial (TS) dos leitões foram obtidas por TIV. Nesse período, a Temperatura Retal (TR, °C), a Frequência Respiratória (FR, respirações/ min) e a concentração de Cortisol Salivar (CS, ng/ mL) também foram determinados. Os resultados indicam que a TO e a TS apresentaram maiores correlações com a TR (r = 0,968; r = 0,781, respectivamente - altas) e a FR (r = 0.750 – alta; e r = 0,691 - moderada) em comparação com o Cortisol Salivar (r = 0.347 e r = 0.359 - baixas) e a Umidade Relativa do Ar dentro da carroceria durante o trânsito (r = 0,365 e r = 0,342 – baixas). O diagrama de Bland-Altman mostrou que o método de detecção do estresse térmico por TIV usando a TO e TS concorda com o método padrão de avaliação pela TR dos animais. Portanto, a TIV é uma ferramenta eficiente na detecção do estresse térmico de leitões submetidos ao transporte em condições ambientais extremas, sendo recomendada a região orbital para análises das imagens térmicas geradas.