Ação antimicrobiana de óleos essenciais de plantas aromáticas do cerrado maranhense

Abstract

A resistência antimicrobiana é um fato recorrente nas últimas décadas como consequência do uso indiscriminado de antibióticos, pois submetem os microorganismos a mutações constantes as quais aumentam as suas chances de sobrevivência, evitando assim a ação de medicamentos sobre sua parede celular. Diante desta realidade, faz-se necessário a busca por novas alternativas, principalmente no âmbito fitoterápico. Os óleos essenciais que são extraídos de plantas medicinais do conhecimento popular demonstram potencial terapêutico no combate a esses patógenos. Os óleos essenciais são compostos principalmente de terpenos e de fenilpropanóides, que atribuem a eles uma atividade antimicrobiana variável e constituem uma alternativa no controle de microorganismos indesejáveis, como, por exemplo, o gênero Candida, responsável por infecções oportunistas quando há alguma imunossupressão no organismo humano. Para testar a eficiência dos óleos essenciais, foram selecionadas bactérias gram positivas tais como Staphylococcus aureus, S. epidermis e Streptococcus pyogenes e o fungo de maior interesse deste estudo, a Candida albicans. Plantas do cerrado maranhense das espécies Lippia gracilis, Dizygostemon riparius e Ocimum gratissimum foram selecionadas para este estudo. A extração dos óleos essenciais foi feita das folhas secas de cada espécie, por meio do processo de Hidrodestilação, no Laboratório de Produtos Naturais da UFMA e a caracterização dos componentes do óleo por cromatografia gasosa acoplada à espectrômetro de massas. A determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) foi feita pela técnica de microdiluição em placa de 96 poços, as diluições dos óleos variaram de 0,146μL/mL a 1,171μl/mL. A Concentração Bactericida e Fungicida Mínima (CBM/ CFM) foram determinadas pelo método de Simonetti (2015), com adaptações, a partir dos poços nos quais não houve crescimento microbiano visível no teste da CIM. Os resultados mostram que dentre os óleos testados, apenas um foi particularmente eficiente em atividade contra Candida albicans.Antimicrobial resistance is a recurrent fact in recent decades as a result of the indiscriminate use of antibiotics, subjecting microorganisms to constant mutations which increase their chances of survival, thus preventing the action of drugs on their cell wall. In view of this reality, it is necessary to search for new alternatives, especially in the phytotherapic scope. Some essential oils that are extracted from medicinal plants of popular knowledge demonstrate therapeutic potential in combating these pathogens. Essential oils are mainly composed of terpenes and phenylpropanoids, which attribute to them a variable antimicrobial activity and constitute an alternative in the control of undesirable microorganisms, such as the Candida genus, responsible for opportunistic infections when there is some immunosuppression in the human body. To test the efficiency of essential oils, gram positive bacterias such as Staphylococcus aureus, S. epidermis and Streptococcus pyogenes was chosen along side the main fungus for this study Candida Albicans. Species of plants from the cerrado of Maranhão as Lippia gracilis, Dizygostemon riparius, Ocimum gratissimum were selected for this study. The extraction of essential oils was made from the dry leaves of each species, through hydrodistillation process in Laboratório de Produtos Naturais at UFMA and the characterization of the oil components was made by gas chromatography coupled with mass spectometer. The determination of the Minimum Inhibitory Concentration (MIC) was made using the microdilution technique in a 96-well plate, the oil dilutions ranged from 0.146μL/mL to 1.171μl/mL. The bactericidal and fungicidal concentration (CBM/CFM) were determined by the method of Simonetti (2015), with adaptations, from the wells in which there was no visible microbial growth in the CIM test. The results show that among the tested oils, only one was particularly efficient in activity against Candida albicans.