DETERMINAÇÃO DO TEOR DE FERRO POR ESPECTROMETRIA UV-VISÍVEL E ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE POLPA DE AÇAÍ (Euterpe Oleracea) COMERCIALIZADO NO BAIRRO DO MARACANÃ EM SÃO LUÍS – MA

Abstract

A região amazônica é rica em espécies frutíferas, dentre elas está o açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.), no qual o seu fruto, o açaí, é o principal produto derivado dessa palmeira e a matéria prima para a obtenção da polpa. A espécie E. oleracea desenvolve-se melhor no clima de tipo tropical quente e úmido, com alta pluviosidade, alta incidência solar, solo fértil e topografia plana. Com o desenvolvimento do mercado global, houve um aumento expressivo no consumo e demanda do açaí, pois ele apresenta um alto teor nutritivo e energético, além de ser boa fonte de fibras e vitaminas. No Maracanã, um dos bairros de São Luís, há um evento anual baseado nesse fruto, onde há um grande consumo e comércio da polpa na região. Porém, não há fiscalizações sanitárias, nem análises dos órgãos públicos no produto comercializado, necessitando de avaliação das condições sanitárias. Adicionalmente, este estudo teve como objetivo realizar análise microbiológica e determinar o teor de ferro em amostras de açaí comercializadas na região do bairro Maracanã em São Luís – MA. Para a caracterização microbiológica, amostras foram submetidas a análises de coliformes a 45°C, Salmonella sp., Escherichia coli, Staphilococcus e contagem de bolores e leveduras. Para determinação do teor de ferro, as amostras foram submetidas a digestão ácida em temperatura elevada, seguido por otimizações na metodologia analítica, construção da curva de calibração e analise por espectrofotometria UV-Visível. Os resultados microbiológicos foram comparados com a RDC n° 724/2022 e a IN n° 161/2022, apresentando ausência de E. coli e Salmonella e presença expressivas de bolores e leveduras (3,5 x 105 e 1,19 x 106 UFC/g, respectivamente), estando, portanto, impróprias para o consumo. Os resultados do mineral ferro, demonstraram a presença em baixas concentrações, sendo de 0,521 mg/L na amostra A e 0,767 mg/L na amostra B. Até o momento não existe legislação específica para minerais nos alimentos, porém ambos resultados estão muito abaixo da concentração de 11,8 mg estipulada pela literatura. Conclui-se que os resultados reforçam a necessidade de boas práticas de manipulação e cuidados no transporte, armazenamento e processamento do açaí, além da necessidade da revisão dos conceitos apresentados na literatura sobre o teor de ferro nos alimento.