Aplicação do Óxido de Cálcio (CaO) de Origem Natural, como Catalisador na Reação de Transesterificação para Produção de Biodiesel Etílico de Soja

Abstract

As preocupantes questões ambientais nos decorrentes dias, leva-nos a refletir sobre a urgência pela busca de formas alternativas de energia, que sejam sustentáveis, renováveis, e de baixo custo. Cada dia torna-se evidente a relevância da produção de biocombustíveis, com a finalidade de reduzir a emissão de poluentes na atmosfera. Este estudo teve por objetivo obter um catalisador de fonte natural, eficiente, acessível, e sobretudo econômico, para aplicação na reação de transesterificação, pela rota etílica com óleo de soja. O CaO extraído do pó de conchas de ostras foi calcinado nas temperaturas de 850 °C e 950 °C durante 4 h, em sequência foi caracterizado pelas técnicas de Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR), Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e Difração de Raio-X (DRX). O óleo de soja foi caracterizado quanto aos índice acidez, índice de peróxido, índice de saponificação e densidade. Após a caracterização tanto do catalisador como do óleo, foram realizados testes catalíticos, em duplicatas, para produção do biodiesel etílico de soja, de acordo com os parâmetros reacionais: razão molar (1:9, óleo/álcool), tempo de reação (6h), temperatura (80 ºC) e quantidade de catalisador (3% e 5%). Os ésteres etílicos de soja foram identificados e quantificados pela Cromatografia em Camada Delgada (CCD), Cromatografia a Gás (CG-2010) acoplada a Espectrometria de Massas (CG-EM QP2010 Plus) e Cromatografia a Gás com Detector de Ionização de Chama (GC-FID). O pó de conchas de ostra calcinado a 950 oC, foi mais efetivo, na formação dos ésteres etílicos de soja, com teor médio de 79,2%, em ésteres, quando comparado ao pó de ostra calcinado a 850 oC, que apresentou teor médio igual a 22,9%. Resultado que se justifica, devido a maior presença de CaO, na superfície do material calcinado a 950 oC.