DESEMPENHO BIOECONÔMICO DE BOVINOS DE CORTE EM PASTEJO SUPLEMENTADOS NO PERÍODO DAS ÁGUAS NO SUL MARANHENSE

Abstract

A utilização da suplementação na época das águas em sistema de bovinos de corte em pastejo melhoram os índices zootécnicos e intensifica o sistema de produção. Contudo, ainda existem dúvidas sobre o tipo e a quantidade de suplemento a ser utilizado, bem como a viabilidade econômica do seu uso. Neste contexto, objetivou- se avaliar o efeito da suplementação no desempenho produtivo de bovinos de corte em pastejo no período das águas, assim como realizar a análise bioeconômica desse sistema. O estudo foi realizado em uma propriedade do município de Feira Nova do Maranhão - MA, região do Sul Maranhense. O experimento foi alocado em pasto de capim massai com área de 23 há, sendo subdividida em 16 piquetes de 1,44 há, sob método de pastejo rotacionado. Para isso, foram utilizadas 100 bezerras nelore com 8 meses de idade e peso inicial de 222,56 kg. Ao longo dos 150 dias foram mensurados a quantidade ofertada de suplemento, o consumo individual dos animais e do lote. Ao final do período de coletas foram contabilizados os custos referentes a suplementação, bem como a receita gerada pela comercialização dos animais. Avaliou-se a disponibilidade de forragem, ganho médio diário, taxa de lotação e oferta de forragem. Assim, foi verificado disponibilidade média de forragem de 236.700 kg/ha, e oferta de forragem de 27,0% do PV médio dos animais. A taxa de lotação animal foi de foi de 2,58 UA/ha. As bezerras obtiveram GMD de 0,587 kg/animal/dia, com consumo individual de 39,98 kg. Os índices de lucratividade e rentabilidade mostram que o sistema é viável economicamente. A receita total gerada com a venda dos animais foi R$ 326.130,00, obtendo margem de retorno de 12,08%. A relação custo: benefício foi superior a 1, indicando a viabilidade do sistema, onde para cada R$ 1,00 investido obtém-se R$ 1,14 de retorno. A análise financeira realizada com base nos dados econômicos permitiu a projeção de um fluxo de caixa em 10 anos subsequentes ao investimento inicial, observando um tempo de retorno do investimento – payback (3,87 anos). Portanto, o uso da suplementação mineral- proteica na recria a pasto no período das águas apresenta-se como alternativa para reduzir o ciclo produtivo por favorecer ganho de peso dos animais gerando maiores receitas com viabilidade econômica.