ÓLEO ESSENCIAL DE ALFAVACA E MELALEUCA SOBRE O EFEITO ANESTÉSICO EM GUPPY (POECILIA RETICULATA)

Abstract

RESUMO

Aproximadamente 90% dos espécimes ornamentais de água doce no Brasil são criados em cativeiro. Rotineiramente, os peixes são expostos a diversos agentes estressores, causando distúrbios ou a perda dos animais. Nesse sentido, o uso de substâncias anestésicas tem visado reduzir o estresse durante as atividades rotineiras. Assim, objetivou-se avaliar o efeito sedativo e anestésico dos óleos essenciais (OEs) de Alfavaca (Ocimum gratissimum) e Melaleuca (Melaleuca alternifólia) sobre Guppy (Poecilia reticulata). Foram testadas quatro concentrações do óleo de Alfavaca (40, 60, 80, 150 μL/L) e quatro concentrações do óleo de Melaleuca (80, 100, 150, 200 μL/L). As concentrações foram diluídas em etanol (1:10)e o etanol foi usado como tratamento controle (1800 μL/L). Foram utilizados 5 peixes para cada tratamento coletados aleatoriamente nas caixas de estocagem e submetidos individualmente ao banho anestésico, totalizando 45 animais. O tempo máximo de exposição ao óleo foi de 30 minutos e o tempo de indução em cada estágio foi monitorado por meio de um cronômetro digital. A determinação dos estágios anestésicos foi realizada observando o comportamento dos peixes, como perda de resposta a estímulos externos e nado errático. A avaliação da resposta a ação de estímulos externos foi realizada utilizando um bastão de vidro para tocar a cauda do animal. Os parâmetros físico-químicos da água foram avaliados durante os 30 minutos de exposição aos OEs. Foram avaliados temperatura, oxigênio dissolvido e pH. A adição de etanol diluído em água na concentração de 1800 μl/L (Tratamento controle) não induziu efeito sedativo ou anestésico nos peixes. Entretanto, ambos os OEs causaram sedação e anestesia em todas as concentrações testadas. A concentração de 150 μl/L do OE de Alfavaca e 150 μl/L e 200 μl/L do OE de Melaleuca são mais efetivas em relação ao tempo de resposta para o guppy. Ambos os óleos essenciais se mostraram seguros para uso como anestésicos, pois não foi observada mortalidade durante 24 horas de observação ou após a exposição.