PROCESSO DE TRABALHO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE BUCAL NO MUNICÍPIO DE GRAJAÚ, MARANHÃO: DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19

Abstract

O município de Grajaú, localizado no centro-sul, com população estimada de 70.692 pessoas, é considerada região de de saúde estratégica com população com grandes características de vulnerabilidade social. Levando em consideração que, no ano de 2019, o município indicou a realização de 20.602 atendimentos odontológicos pelas eSB, 11.890.062 PCOP (indicador Primária Consulta Odontológica Programática), 17.563.571 consultas de retorno e 3.886.446 consultas de manutenção, nota-se uma inconsistência nos dados coletados, sendo o número de consultas programáticas superior à população cadastrada cerca de 203 vezes, sugerindo algum problema no processo de trabalho das eSB. Situação potencialmente agravada a partir de 2020 com a declaração do estado de pandemia da COVID-19. O objetivo deste estudo é descrever o perfil e o processo de trabalho dos profissionais de saúde bucal no município de Grajaú-MA durante a pandemia. Estudo transversal, descritivo e exploratório a partir de dados primários, coletados através de questionário elaborado na plataforma Google Formulários, aplicado aos cirurgiões-dentistas, gestores, auxiliares e técnicos em saúde bucal, indicados pelas Secretarias de Saúde do Estado e Município. Os dados foram processados, organizados e analisados com auxílios dos programas Excel e Stata sendo realizadas análises descritivas, com determinação de frequências, medidas de tendência central e dispersão. O perfil dos profissionais acompanha as tendências encontradas na Atenção Primária, sexo feminino, cor branca, tempo de serviço inferior a 10 anos com formação voltada para o setor privado, sem formação específica para o setor público, além de gestores sem formação adequada. Ambos com vínculo instáveis apoiados por mecanismos de flexibilização. Observou-se problemas no processo de trabalho e seu gerenciamento, como inconsistências na programação e planejamento da agenda e carga horária, somando-se a uma sobrecarga da demanda, com número de equipes sendo insuficiente para a população coberta, situação agravada devido ao período pandêmico, contribuindo para a baixa porcentagem de tratamento concluído encontrada.