IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NO ATRASO PARA O INÍCIO DO TRATAMENTO DO CÂNCER DE CAVIDADE BUCAL E OROFARINGE NO BRASIL

Abstract

O Estado do Maranhão, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentou no ano de 2010, um Índice de Desenvolvimento Humano de 0,639 (penúltimo estado do Brasil), manifesta grandes desafios quanto à capacidade de cobertura da assistência à saúde para sua população. Este fato dificulta no diagnóstico precoce de patologias como o câncer o que acarreta em muitos pacientes afetados terem que passar por algum tipo de procedimento cirúrgico durante o tratamento dessa doença. Ademais dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) revelam que o Maranhão deverá apresentar 180 novos casos de câncer oral por 100 mil habitantes no ano de 2023. Objetivo: Delimitar o perfil epidemiológico e sociodemográfico dos pacientes afetados por neoplasias malignas bucais no Estado do Maranhão estabelecendo a relação entre os pacientes que passaram por procedimentos cirúrgicos bucomaxilofaciais com a necessidade posterior de reabilitação com prótese bucomaxilofacial (PBMF), e verificar se de fato aconteceu a reabilitação protética no Estado entre os períodos de 2000 a 2022. Metodologia: O presente estudo trata-se de uma análise retrospectiva dos casos de neoplasias malignas bucais no Estado do Maranhão durante o período de 2000 a 2022. Os dados epidemiológicos foram obtidos no banco de dados do Departamento de Informática do SUS (DATASUS), dos relatórios de incidência de câncer do INCA a partir do ano de 2005, da produção de procedimentos envolvendo próteses bucomaxilofaciais realizados no SUS disponível no Sistema de informações Ambulatoriais (SIA/SUS) e no Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), no período de 2008 até 2022. Resultados: Durante o período de 2013 a 2022 o Maranhão tratou 1.492 casos de neoplasias malignas bucais, sendo que destes, 423 foram tratados por meio de procedimentos cirúrgicos gerando a necessidade de posterior reabilitação com próteses bucomaxilofaciais. Sobre o perfil, os pacientes do sexo masculino foram os mais afetados com a maioria dos homens provenientes do interior do Estado. Quanto a reabilitação com PBMF, a análise dos resultados apresentou um déficit na oferta desse serviço. Conclusão: Os tumores malignos da cavidade oral são um grande problema de saúde pública onde o seu tratamento gera muitas vezes a necessidade de reabilitar com PBMF e no Estado do Maranhão, a cobertura destes procedimentos apresenta-se insuficiente para atender a demanda da população do Estado.