Produção e crescimento inicial de espécies florestais nativas e crescimento inicial em sistemas agroflorestais no leste maranhense

Abstract

RESUMO

Os sistemas agroflorestais destacam-se por seu caráter sustentável que abrange as vertentes social, ambiental e econômica, gerando empregos, preservando os ecossistemas e maximizando a renda do produtor. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o desenvolvimento inicial das espécies florestais ipê amarelo (Handroanthus chrysotrichus), paricá (Schizolobium amazonicum) e sabiá (Mimosa caesalpiniifolia) em sistema agrofloretais na região Leste Maranhense. O estudo foi dividido em dois experimentos. O experimento 1 foi realizado em casa de vegetação, onde foram distribuídos em delineamento inteiramente casualizado dois tratamentos: substrato com esterco caprino (Tratamento 1) – 30% Latossolo Amarelo distrófico + 30% casca de arroz + 20% fitomassa decomposta de babaçu + 20% esterco caprino, e; substrato esterco bovino (Tratamento 2) – 30% Latossolo Amarelo distrófico + 30% casca de arroz + 20% fitomassa decomposta de babaçu + 20% esterco bovino; com 68 repetições. Avaliaram-se as variáveis: porcentagem de germinação; índice de velocidade de germinação (IVG); altura da planta; diâmetro do colo; relação H/D. Observou-se que a germinação houve diferença significativa para o paricá onde T2 obteve melhores resultados, o índice de velocidade de germinação para as espécies ipê e paricá foram melhores no substrato com esterco bovino. Nas variáveis altura, diâmetro e relação H/D, o ipê diferiu estatisticamente apenas no diâmetro onde T2 apresentou maiores médias, para o paricá não houve diferenças estatísticas em altura e diâmetro, apenas na relação em que T2 obteve melhores resultados e para sabiá apresentou diferenças significativas em altura e em diâmetro onde o T2 obteve maiores médias, porém na relação H/D não houve diferenças significativas. No experimento 2 as mudas de paricá, ipê e sabiá foram plantados no sistema agroflorestais na Fazenda Barbosa-Brejo, dispostas em 4 renques com 3 fileiras cada. Avaliou-se a taxa de sobrevivência e aos 4, 8 e 12 e 16 meses após a implantação foram avaliadas a altura da planta; o diâmetro do caule, relação H/D e calculadas a taxa de crescimento absoluto (TCA) e taxa de crescimento relativo (TCR). As espécies apresentaram taxa de sobrevivência satisfatórias, sabiá 100%, paricá 95,83 % e ipê 73,81%. Apesar das variáveis altura da planta e diâmetro do caule apresentar diferenças significativas, quando avaliada a relação H/D para ipê e sabiá não apresentam diferenças em nenhuma das avaliações, indicando que as mudas obtiveram bom desenvolvimento em campo, o paricá apresentou crescimento homogêneo, porém aos 16 meses obteve uma queda na altura devido a presença do componente animal na área. As melhores taxas de TCA e TCR na altura e no diâmetro para o paricá, ipê, e sabiá, foram nos renques 4, 3 e 4, respectivamente. Conclui-se que o substrato preparado com esterco bovino é recomendado para a produção de mudas das espécies avaliadas neste estudo, já que forneceu melhores condições para o desenvolvimento inicial das mudas. Em campo o sabiá e o paricá descaram-se nas taxas de sobrevivência e desenvolvimento.