Caracterização do potencial cicatrizante da própolis de Scaptotrigona aff. postica (TUBI)

Abstract

RESUMO: Objetivo: Avaliar o efeito do tratamento tópico de feridas com a própolis de Scaptotrigna aff. postica. Métodos: Foram obtidas formulações cremosas a base de própolis em concentrações diferentes. Utilizou-se 50 camundongos Swiss divididos em quatro grupos: Controle, Dexpantenol, FPm e FPM, todos com lesões excisivas no dorso. Os animais foram tratados diariamente por 14 dias. Durante esse período, as lesões foram fotografadas e tiveram suas áreas calculadas com auxílio do software ImageJ. Além disso, avaliou-se a presença de hemorragia, edema, crostas, tecido de granulação e grau de epitelização nos dias 3, 7 e 14. Durante estes dias, 3 a 5 animais por grupo foram eutanasiados e as lesões eram coletadas e armazenadas em formalina tamponada para exame histopatológico futuro. Resultados: Como esperado, houve um fechamento gradual das lesões de forma tempo dependente até o 14º dia. O tratamento com o creme de própolis de S. postica não acelerou a oclusão da ferida. Apesar disso, a aplicação do creme na menor concentração resultou em um maior percentual de animais com epitelização total no último dia. Por outro lado, o grupo tratado com creme na concentração de 10% do extrato hidroalcóolico apresentou o pior desempenho no fechamento das lesões. Conclusão: o uso tópico de cremes à base da própolis da abelha Scaptotrigona aff. postica não influencia na redução da área e não modifica características macroscópicas de lesões cutâneas. Porém, acredita-se que essa própolis possa contribuir para a cicatrização de feridas infectadas e melhore o perfil histopatológico de lesões cutâneas.__Objective: To evaluate the effect of topical wound treatment with propolis from Scaptotrigna aff. postica. Methods: Creamy formulations were obtained from propolis base in different concentrations. 50 mice were used Swiss divided into four groups: Control, Dexpanthenol, FPm and FPM, all with excisive injuries on the back. The animals were treated daily for 14 days. During this period, the lesions were photographed and their areas were calculated with the aid of ImageJ software. Furthermore, the presence of hemorrhage, edema, crusting, granulation tissue and degree of epithelialization on days 3, 7 and 14. During these days, 3 to 5 animals per group were euthanized and the lesions were collected and stored in formalin buffered for future histopathological examination. Results: As expected, there was a gradual closure of the lesions in a time-dependent manner until the 14th day. Treatment with S. postica propolis cream did not accelerate the wound occlusion. Despite this, applying the cream at the lowest concentration resulted in a higher percentage of animals with total epithelialization in the last day. On the other hand, the group treated with cream at a concentration of 10% of hydroalcoholic extract presented the worst performance in closing the injuries. Conclusion: the topical use of bee propolis-based creams Scaptotrigona aff. postica does not influence the reduction of the area and does not modify macroscopic characteristics of skin lesions. However, it is believed that that propolis can contribute to the healing of infected wounds and improve the histopathological profile of skin lesions.