Belas, mas tóxicas: sequência didática para o ensino de Botânica utilizando a temática de plantas tóxicas ornamentais

Abstract

As plantas produzem em seu interior componentes orgânicos que podem ser classificados como metabólitos primários e secundários, os primeiros são considerados essenciais para crescimento e desenvolvimento vegetal: as proteínas, a clorofila, os ácidos nucleicos e os hidratos de carbono. Já o segundo grupo está relacionado com a produção de terpenóides, saponinas, alcalóides e outras substâncias que visam a adaptação e sobrevivência das plantas no meio em que vivem. Caso esses compostos entrem em contato com a pele, sejam inalados ou ingeridos podem causar reações adversas e até mesmo levar a óbito. A principal causa desses incidentes, é a falta de informação da população sobre o potencial tóxico dessas plantas. O presente trabalho tem por objetivo fazer um levantamento de espécies de plantas tóxicas encontradas em uma escola pública de ensino médio de Pinheiro, MA; observar o conhecimento prévio dos alunos sobre essa problemática, assim como realizar uma abordagem em sala de aula alertando sobre os riscos de plantas ornamentais tóxicas e tratando de maneira geral sobre o uso cultural e fitoterápico de plantas tóxicas. Durante a elaboração do trabalho considerou-se pesquisas em artigos científicos, revistas, guias de identificação de plantas, sistemas nacionais de informação, livros e sites universitários. A pesquisa aconteceu no segundo semestre de 2022. O público alvo da pesquisa foram alunos do segundo e terceiro anos do Ensino Médio. O critério de escolha da escola onde o projeto foi aplicado foi a presença de jardins ou canteiros com plantas ornamentais. A faixa etária dos alunos variou entre 16-20 anos. A metodologia que foi desenvolvida na escola, pesquisa-ação, contou com realização de pesquisa em conjunto com medidas intervencionistas. Notou-se que antes da pesquisa a maioria dos alunos conheciam pouco ou nada sobre o tema, estando assim mais suscetíveis às intoxicações. A Urtica dioica L. foi a espécie mais citada pelos alunos como causadora de intoxicações, apenas um aluno relatou intoxicação pela Dieffenbachia seguine (Jacq.) Schott. Contudo, é evidente a necessidade de alertar não só os alunos como a comunidade sobre os riscos causados por essas espécies que muitas vezes são cultivadas pela sua beleza, mas que escondem grande perigo. Para isso outras medidas precisam ser tomadas para informar a população e assim reduzir os casos de intoxicações no país.