Índice de conicidade como marcador de obesidade abdominal: estudo longitudinal da saúde dos idosos brasileiros (ELSI-Brasil)

Abstract

RESUMO: Introdução: A excessiva concentração de gordura abdominal pode estar associada a doenças cardiovasculares, patologias comuns em idosos. Além disso, há evidências de que indicadores antropométricos de obesidade abdominal, importante ferramenta epidemiológica na prática clínica e em estudos populacionais podem predizer a morbimortalidade por estas doenças. Objetivo: Analisar o Índice de Conicidade como marcador de obesidade abdominal em idosos. Material e Métodos: Estudo transversal realizado com dados do Estudo Longitudinal Brasileiro do Envelhecimento (ELSI-Brasil), ocorrido entre 2019 e 2021. A variável resposta foi o Índice de Conicidade, proposto por Valdez (1991) e as variáveis incluídas foram: socioeconômicas, demográficas, comportamentais e antropométricas. Utilizou-se o teste t de Student para avaliar a associação entre as variáveis antropométricas estratificadas por sexo e para analisar a associação entre o Índice de Conicidade e as variáveis antropométricas foi usado teste qui-quadrado (p-valor < 0,05). Resultados: O Índice de Conicidade teve uma média de 1,26±0,34 cm e as variáveis antropométricas de risco cardiovascular avaliadas (índice de massa corporal, circunferência da cintura, razão cintura quadril e relação cintura estatura) apresentaram associação estatisticamente significante com os maiores valores do Índice de Conicidade no sexo feminino e a razão cintura quadril e relação cintura estatura no sexo masculino. Conclusão: Os resultados demonstraram um aumento da gordura corporal associada a maiores valores dos indicadores antropométricos. No entanto, o Índice de Conicidade apresentou maior magnitude de associação com os fatores de risco cardiometabólico, haja vista que ele é capaz de discriminar a obesidade abdominal.__ABSTRACT Introduction: Excessive concentration of abdominal fat may be associated with cardiovascular diseases, common pathologies in the elderly. Furthermore, there is evidence that anthropometric indicators of abdominal obesity, an important epidemiological tool in clinical practice and in population studies, can predict morbidity and mortality from these diseases. Objective: To analyze the Conicity Index as a marker of abdominal obesity in the elderly. Material and Methods: Cross-sectional study carried out with data from the Brazilian Longitudinal Study of Aging (ELSI-Brazil), carried out between 2019 and 2021. The response variable was the Conicity Index, proposed by Valdez (1991) and the variables included were: socioeconomic, demographic, behavioral and anthropometric. Student's t test was used to evaluate the association between anthropometric variables stratified by sex and to analyze the association between the Conicity Index and anthropometric variables, the chi-square test was used (p-value < 0.05). Results: The Conicity Index had an average of 1.26±0.34 cm and the anthropometric variables of cardiovascular risk assessed (body mass index, waist circumference, waist-to-hip ratio and waist-to-height ratio) showed a statistically significant association with the higher values of the Conicity Index in females and the waist-to-hip ratio and waist-to-height ratio in males. Conclusion: The results demonstrated an increase in body fat associated with higher values of anthropometric indicators. However, the Conicity Index showed a greater magnitude of association with cardiometabolic risk factors, given that it can discriminate abdominal obesity.