Menarca: “A vital urdidura de uma nova escrita” corporal feminina – em Bendito o sangue de nosso ventre, de Conceição Evaristo em diálogo com a literatura moçambicana

Abstract

RESUMO Este artigo é um exercício teórico-literário do conto litúrgico de Conceição Evaristo, intitulado como - MENARCA: “A vital urdidura de uma nova escrita” corporal feminina - em Bendito o sangue do nosso ventre, em diálogo com a literatura moçambicana, o qual usa a oração citada como abstração da ideia de criar, outra em louvor ao corpo da menina que se solidifica na mulher, através da Menarca, enfatizando saberes sobre o corpo como elemento da sua história e sexualidade, visto por um mecanismo de saber: a literatura. Há no poema, a temática corporal como um elemento de resistência, que proporciona à mulher, descobrir seu corpo como “lugar-texto-original”. A construção identitária da mulher-menina que não será governada pela sujeição masculina, nem pela obediência, mas pela consciência do ser menina-mulher “plena de gozo”. Assim, a análise busca apenas e tão somente, descortinar os elementos que compõem o texto literário, atomizando-o em suas partes, para que depois ele suja mais significativo aos olhos do leitor, no plano erótico, inclusive. A intenção é propor uma aproximação entre a arte literária, o leitor e o ser feminino, trazendo a MENARCA, como ponto crucial de descobertas e transformações.