Conhecimento etnobotânico e os saberes tradicionais das plantas medicinais: concepções dos alunos das escolas de Pinheiro-MA

Abstract

RESUMO As plantas são utilizadas pela população para fins medicinais desde o início da humanidade, sendo o seu conhecimento repassado de geração em geração. Esta pesquisa buscou conhecer os conhecimentos sobre o uso de plantas medicinais dos estudantes duas escolas públicas do município de Pinheiro-Maranhão e elaboração de um inventário etnobotânico usando o conhecimento científico e o tradicional (respostas dos alunos) com uso e identificação das espécies mencionadas. O estudo teve uma abordagem quali-quantitativa a partir da aplicação de um questionário semiestruturado abordando o conhecimento etnobotânico dos alunos. Com base nas respostas foi possível realizar o levantamento de 36 espécies distribuídas em 22 famílias botânicas. A maioria dos estudantes afirmou que o seu conhecimento é proveniente da cultura familiar, ou seja, não foi adquirido em sala de aula. Na Escola Odorico Mendes, onde a maioria dos estudantes reside em áreas rurais, destaca-se a preferência (86%) dos alunos pelo uso de medicamentos naturais. Em contrapartida, na Escola José de Anchieta, onde a população urbana predomina (71%), recai sobre medicamentos sintéticos. Essa diferença no comportamento dos alunos em relação aos tipos de medicamentos evidencia a influência de fatores como ambiente, acesso à saúde, estilo de vida e tradições culturais no conhecimento e nas práticas relacionadas às plantas medicinais. Apesar de a maioria dos alunos apresentar um conhecimento limitado sobre plantas medicinais é possível concluir que o saber popular existente entre eles tem potencial para ser aprimorado quando abordado em sala de aula. O ambiente educacional emerge, assim, como uma plataforma valiosa para enriquecer e expandir os conhecimentos dos alunos sobre as propriedades e os usos benéficos das plantas medicinais, proporcionando uma compreensão mais abrangente e fundamentada sobre o tema.