O mito como pré ontologia: Uma análise do pensamento mitológico frente ao pensamento racional e a religião

Abstract

O presente estudo tem como objetivo explorar a funcionalidade dos mitos a fim de mostrar algumas facetas da complexidade dos elementos que o compõe e sua importância ao pensamento filosófico, não somente enquanto ferramenta, mas enquanto seu precursor. A partir da exemplificação contida no arquétipo no qual tomaremos o modelo trabalhado em Platão descrito por Nicola Abbagnano em seu dicionário de filosofia, o mito tem o poder formador nas sociedades arcaicas e partir dessa característica sintetiza em suas estórias as culturas nas quais tem origem, sua metodologia é baseada em uma pesquisa teórica bibliográfica em que abordaremos no primeiro plano uma introdução sobre os mitos apresentando seus aspectos de essência: o polissêmico, religioso e o ontológico. No segundo capítulo veremos como o exemplo grego utiliza-se da melhor forma com uma noção paidêutica em Homero, a partir da noção inspiradora da Areté que, exemplificada em seus heróis e deuses, formam uma primeira definição do ser e do mundo, veremos como Hesíodo aprofunda os deuses homéricos em sua obra, dando importância arquetípica de forma que sua cosmogonia influencia a uma cosmologia, sendo precursor do pensamento filosófico a ponto de Parmênides utilizar-se dessa autoridade religiosa mítica para construir seu argumento filosófico, ele será o terceiro autor estudado no segundo capitulo, pela forma que usa a linguagem mítica a pensar sua filosofia em um modelo de se pensar os objetos que devem ser estudados: ser ou não ser. No terceiro capítulo, veremos alguns aspectos fundamentais para entendermos o que é o mito: para além dos ritos e ontologias, estudaremos seus aspectos mais religiosos a fim de entender qual seu sentido e porque não se deve ser estudado com ingenuidade.