EDUCAÇÃO E DESIGUALDADE: perspectivas e desafios na Unidade Escolar Comunitária Codó Novo em Codó, Maranhão

Abstract

Por meio de muitas lutas e reivindicações, a educação formal no Brasil se tornou um direito constitucional, garantido para todas as pessoas. Porém, nesta área tão fecunda que é a educação existem muitas dicotomias e divergências que se debruçam diretamente sobre os sistemas escolares. Entre muitos problemas, se destacam as desigualdades sociais, que por diversos condicionantes se acentuam através da escola. Mediante a isso, elegemos como questão de pesquisa: como ocorre a reprodução das desigualdades sociais na escola? E como questões orientadoras: como a Unidade Escolar Comunitária Codó Novo tem lidado com as questões das desigualdades sociais em seu contexto? De que forma a atuação dos docentes pode contribuir para amenizá-las? De que maneira a relação entre escola e linguagem se tornam conflitantes? Deste modo, esse artigo tem como objetivo geral compreender como ocorre a reprodução das desigualdades sociais na escola. Em consonância com ele, apresentamos como objetivos específicos: verificar os impactos da cultura escolar na vida dos estudantes; refletir sobre o papel da linguagem na produção das desigualdades sociais; descrever as perspectivas dos docentes da Unidade Escolar Comunitária Codó Novo, turno matutino, em relação aos reflexos das desigualdades sociais no processo educacional de seus alunos. Para isso, a pesquisa se estruturou em uma abordagem qualitativa, dividida em três etapas: em um primeiro momento para se apropriar das discussões, foi realizada uma revisão bibliográfica, em um segundo momento, foi feito uma pesquisa de campo com docentes que trabalhavam no turno matutino na Unidade Comunitária Codó Novo, no ano de 2022 e em seguida, após a coletada dos dados, foi feita a análise dos dados. Como instrumento metodológico para coleta de dados recorreu-se ao questionário, com um total de 20 perguntas, sendo cinco perguntas abertas para saber sobre os perfis profissionais das professoras e 15 perguntas fechadas diretamente relacionadas sobre a temática. Para verificar suas perspectivas sobre como percebem os reflexos das desigualdades sociais na vida escolar dos seus estudantes, desta forma, 10 professoras responderam o questionário. Os dados levantados por meio do questionário demostraram que as professoras se esforçam para desenvolver a aprendizagem. Porém, quando isso não ocorre, tendem a responsabilizar os próprios estudantes ou suas famílias pelas dificuldades na aprendizagem. Isso considerando que a pesquisa foi realizada em um contexto pós-pandemia, onde todos os professores estavam completamente desnorteados diante dos retrocessos ocasionados na educação, devido principalmente a vários agravantes sociais que dificultaram a continuidade dos estudos dos alunos, devido à falta de internet e a própria dificuldade dos professores em lidar com as tecnologias.