CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA E PREVALÊNCIA DE LESÕES EM PRATICANTES E PROFESSORES DE JIU-JITSU BRASILEIRO

Abstract

Introdução: O Jiu-jitsu brasileiro (BJJ) caracteriza-se como uma modalidade esportiva de combate em que um lutador procura vencer o seu oponente com técnicas de projeções, imobilizações, torções, estrangulamentos e chaves nas articulações. As ações motoras características, a intensidade dos treinamentos e o contato contínuo são alguns dos aspectos que colaboram na ocorrência de lesões. Objetivo: Este estudo objetivou caracterizar sociodemograficamente de acordo com o sexo e verificar a prevalência de lesões em praticantes e professores da modalidade e sua relação com aspectos sociodemográficos e específicos à modalidade. Material e Métodos: Tratou-se de um estudo quantitativo com caráter descritivo transversal. A coleta de dados se deu por intermédio de um questionário (QLGS-1) com 32 questões abertas e fechadas, administrado presencialmente nos espaços de prática/ensino da modalidade em São Luís-MA e de forma remota via link disponibilizado pelo pesquisador por meio do questionário no Google Forms. Os dados foram analisados a partir da estatística descritiva (média, desvio-padrão e distribuição de frequência). Valores de p≤0,05 foram considerados significativos. Resultados: Participaram 107 praticantes e professores de ambos os sexos (70,1% Masc.), com média de idade de 29,9 anos (DP=9,811), nível de escolaridade (46%) com superior completo e pós-graduação (completo/incompleto) e renda familiar mensal de 1 a 3 salários mínimos (32,7%), sem diferenças estatisticamente significativas entre os sexos. Tempo de treino e se a participação em competições pelos respondentes apresentaram diferenças estatisticamente significativas entre os sexos. Relativamente às lesões, os resultados mostraram que 91 participantes (85%) já haviam se lesionado na prática da modalidade, sendo a contusão (52,7%) e entorse (41,7%) os tipos mais relatados. Destes participantes (n=91), os joelhos (57,1%) e ombros (46,1%) foram as regiões do corpo mais acometidas pelas lesões, ocorridas nas aulas (48,3%) e competições (42,9%) e, 47,3% dos participantes apontaram que o tempo de recuperação foi menor que 30 dias. Como consequências físicas e psicológicas, os participantes apontaram, respectivamente, a perda de mobilidade (39,5%) e o medo de sofrer a mesma lesão novamente (46,1%). Conclusão: A modalidade apresenta considerável risco de lesões, sendo os joelhos e ombros as regiões mais afetadas. Sugere-se treinamentos focados na prevenção de lesões com acompanhamento de especialistas, procurando assim, minimizar o acometimento das lesões e os impactos respectivos, bem como, priorizar uma prática mais segura e saudável aos praticantes e professores da modalidade.