Perfil dos usuários da profilaxia pré-exposição ao vírus da imunodeficiência humana no Maranhão

Abstract

Introdução: A PREP fora implantada em 2018 no Maranhão, estado brasileiro no qual o coeficiente de mortalidade pelo HIV continua superior ao nacional. Objetivo: Caracterizar o perfil epidemiológico dos usuários da PREP no Maranhão. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, dimensionado conforme a análise de dados secundários coletados no Departamento de Condições Crônicas e Infecciosas, entre 2018 e outubro de 2021. Resultados: Dos 279 indivíduos que iniciaram a medicação, 62,7% a mantiveram e 37,3% a descontinuaram. Nos que mantiveram, houve predomínio de indivíduos negros/pardos (78,9%), da faixa etária de 30 a 39 anos (34,3%) e com taxa da escolaridade de 12 ou mais anos de estudo (14,34). O grupo prevalente foi o de gays e outros HSH (80%). Observou-se que 69,9% dos indivíduos tomaram todos os comprimidos, 6,9% trocaram sexo por dinheiro, objetos de valor, drogas, moradias ou serviço e 26,3% relataram terem usado álcool ou outras drogas nos últimos 3 meses. Discussão: A causa de maior adesão pelos gays e HSH pode estar relacionada com estratégias para o uso da medicação voltadas para esse grupo, além disso o predomínio de usuários com escolaridade elevada demonstra que o uso da medicação está atrelado ao conhecimento dos usuários. Conclusão: O uso da profilaxia no Maranhão está concentrado entre gays e outros HSH e indivíduos com elevada escolaridade, não tendo boa procura entre outros grupos também vulneráveis ao HIV. Evidenciou-se, também, que uma parcela dos usuários, ainda, possui alguns comportamentos de risco para o HIV.