VIVÊNCIAS E EXPECTATIVAS DAS MULHERES ACERCA DO RASTREAMENTO DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO

Abstract

Introdução: O câncer do colo do útero (CCU) é o terceiro tipo de câncer mais frequente entre as mulheres em todo o Brasil, especialmente em países menos desenvolvidos. A prevalência desse câncer é maior quando comparada ao câncer de pele e ao de mama. O rastreamento do CCU se dá através da Colpocitologia oncótica cervical, que é ofertada nos serviços públicos e privados de saúde, e tem como principal alvo mulheres com vida sexual ativa entre 25 a 64 anos. Objetivo geral: Descrever a percepção das mulheres quanto ao rastreamento do câncer do colo do útero através da colpocitologia oncótica cervical. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo transversal de cunho exploratório com abordagem mista qualitativa e quantitativa realizado entre outubro de 2022 a março de 2023 nas Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS) e no Centro de Especialidades Médicas de Pinheiro (CEMP) na cidade de Pinheiro-MA. Participaram mulheres que procuraram os locais supracitados para a realização da coleta do exame Papanicolau com idade entre 14 a 65 anos e que realizaram o Papanicolau pelo menos uma vez, em um total de 29 mulheres. Foi utilizada a técnica de entrevista semiestruturada guiada por roteiro para coleta de dados. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) com seres humanos da Universidade Federal do Maranhão, sob parecer nº 5.679.400. Resultados e discussão: O exame de Papanicolau foi considerado por muitas mulheres como importante para a manutenção da sua saúde, bem como, para a prevenção de doenças relacionadas à região íntima feminina e para detectar o CCU. A maioria das participantes pertence à classe social mais baixa e realizam algum trabalho remunerado. Para a frequência de realização do exame, 55% (n=16) comparecem anualmente. Algumas mulheres relataram desconforto em relação ao exame, envolvendo o sentimento de vergonha pela exposição da região íntima, nervosismo e tensão especialmente quando realizam o exame com profissional do sexo masculino, dificultando a realização do exame regularmente, porém, após ser estabelecida uma relação de confiança, as mulheres se sentem mais tranquilas para realizar o exame. Ratifica-se a importância de realizar atividades educativas nas UAPS que auxiliem no entendimento sobre o exame Papanicolau e ajudem na adesão ao exame de forma regular. Ademais, a pandemia da Covid-19 causou grande impacto na realização do exame, ocasionando uma drástica redução na oferta do mesmo. Conclusão: o exame Papanicolau causa desconforto na maioria das mulheres, pela exposição advinda do exame, no entanto as mulheres reconhecem a importância da realização do exame de forma regular para prevenir o CCU e cuidar da sua saúde íntima. Ademais, a educação em saúde no âmbito da atenção primária é a estratégia mais eficaz para levar informações de prevenção contra o CCU.