Controle dos sintomas do bruxismo com a utilização da toxina botulínica: uma revisão integrativa

Abstract

O bruxismo é definido como o hábito parafuncional de ranger ou apertar os dentes podendo acontecer em dois momentos: durante a vigília ou durante o sono, o que pode ocasionar efeitos deletérios ao sistema estomatognático. Alguns sinais e sintomas estão associados a essa disfunção, tais como fadiga, dores nos músculos faciais, dores de cabeça, limitação da abertura bucal e contrações musculares involuntárias. Na odontologia, a toxina botulínica, que se trata de uma neurotoxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum, surgiu como uma alternativa para o controle dos sintomas apresentados em pacientes com bruxismo. Em virtude da relevância desse assunto, o objetivo deste trabalho é discutir acerca das evidências científicas existentes que comprovem a efetividade da toxina botulínica como uma alternativa para o controle dos sintomas do bruxismo, bem como a sua indicação para o uso e a sua atuação nos músculos da face. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, conduzida por meio de uma busca computadorizada realizada nas bases de dados bibliográficas: PubMed, Biblioteca virtual em saúde (BVS), Scielo, Google Acadêmico, Periódicos Capes, utilizando os seguintes descritores: Bruxismo; Sinais e sintomas; Toxina Botulínica; Tratamento. Obteve-se um total de 250 artigos, destes, 72 foram selecionados para a leitura dos títulos e resumo, após a remoção das duplicatas. A amostra final desta revisão consiste em 5 artigos que contemplaram todos os critérios de inclusão definidos. Esses estudos demonstraram não existe um protocolo padrão de aplicação da toxina botulínica a ser seguido. Outro ponto a ser destacado é que a toxina quando aplicada somente em um músculo, pode gerar uma sobrecarga em outros músculos envolvidos na mastigação pois eles começarão a atuar de forma compensatória. Ainda pode existir a possibilidade de que após a aplicação, o paciente desenvolva o efeito vacina. Em relação a duração do efeito, notou-se que a partir do 3 até os 6 meses do início do controle, os sintomas iniciais começaram a ressurgir com a perda da efetividade da toxina, até voltarem ao estágio inicial. Conclui-se que a toxina botulínica se mostrou efetiva quando utilizada para o controle dos sintomas do bruxismo. Ademais, ainda é válido destacar que existem diversos efeitos adversos que precisam ser contemplados em pesquisas para que a toxina botulínica seja considerada totalmente segura e efetiva.