FATORES EPIDEMIOLÓGICOS RELACIONADOS AO RESSURGIMENTO DO SARAMPO NO BRASIL

Abstract

O sarampo é uma doença infectocontagiosa grave e altamente contagiosa que pode levar ao óbito, principalmente em crianças e em imunossuprimidos. É causada por um vírus e a transmissão ocorre por meio de secreções nasofaringes. Não possui um tratamento específico e a vacinação é a medida de prevenção mais eficaz que preveniu inúmeras mortes. No entanto, nos últimos anos, diversos casos de sarampo voltaram a ser notificados e, como a vacina é a medida de proteção mais efetiva, a baixa cobertura vacinal é indicada como a principal causa de ressurgimento da doença, ainda que outros fatores possam estar associados. Metodologia: estudo epidemiológico, descritivo, quantitativo e retrospectivo do tipo transversal dos anos de 2013 a 2022, realizado com dados secundários do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH) do DATASUS. As variáveis analisadas foram: o número de vacinações contra o sarampo, a cobertura vacinal, a taxa de abandono, o número de internações, considerando variáveis espaciais (regiões), temporais (anos), demográficas (sexo, raça e faixa etária), os números de óbitos. Para análise estatística foi utilizado o programa Jamovi®, versão 2.3. Resultados: Houve queda no quantitativo de vacinação de 2015 a 2017, sobretudo nas regiões Norte e Centro-Oeste, diminuição da cobertura vacinal em todas as regiões a partir de 2017, aumento da taxa de abandono da vacina tríplice viral a partir de 2017, principalmente na região Norte, elevação do número de internações por sarampo a partir de 2018, com destaque para o sexo masculino, raça parda e menores de 1 ano. Conclusão: O sarampo ainda constitui um problema de saúde pública no Brasil. A baixa cobertura vacinal influencia diretamente no número de internações, uma vez que é a forma de prevenção mais eficaz. Logo, há necessidade de adotar medidas que possam aumentar a taxa de cobertura vacinal, reduzir o abandono vacinal pela população e fortalecer a vigilância epidemiológica, principalmente, nesse período pós- pandemia, uma vez que pode ter ocorrido subnotificações da doença.