MORBIMORTALIDADE HOSPITALAR POR MENINGITE NO BRASIL DE 2012 A 2021

Abstract

Introdução: A meningite se trata de uma inflamação das meninges, sendo uma condição clínica de grande relevância à Saúde Pública, uma vez que apresenta alta taxa de letalidade e potencial significativo para complicações graves a longo prazo. Objetivos: O estudo tem como objetivo traçar o perfil clínico- epidemiológico da morbimortalidade por meningite no Brasil, no período de 2012 a 2021. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, epidemiológico, quantitativo descritivo, de série temporal, com dados obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS), utilizando as seguintes variáveis: internações, Brasil por região, ano de processamento por residência, faixa etária, cor/raça, lista morbidade CID-10 (A39, A87, G00, G01, G02, G03), dias de internação, média de permanência, valor total, valor médio, óbitos, taxa de mortalidade. Os dados coletados foram analisados estatisticamente no Programa R. Resultados: Ocorreram 156.303 casos confirmados de meningite no Brasil durante o período estudado, sendo a região Sudeste a mais acometida, totalizando 54% destes. A meningite afeta mais homens entre 1 e 9 anos. No que tange à etiologia, a meningite viral apresentou o maior número de casos, seguida da meningite bacteriana. Verificou-se que 78,7% dos casos evoluíram para a cura, sendo a etiologia viral a responsável por 53,3% dos desfechos favoráveis, entretanto a meningite bacteriana evoluiu com 23,3% dos óbitos. No que se refere à internação, o Brasil contabilizou 69.380 internações por meningite, apresentando 5360 óbitos, havendo maior destaque para a região Sudeste. Observou-se ainda que homens brancos e pardos, entre 50 e 59 anos,foram os que mais evoluíram para desfechos desfavoráveis durante o período de internação. Conclusão: Ressalta-se a importância do desenvolvimento de protocolos diagnósticos e terapêuticos na garantia de qualidade da assistência, bem como na promoção de diagnóstico precoce e tratamento efetivo. Além disso, ressalta-se a influência das vacinas na prevenção de sequelas e no combate à morbimortalidade da meningite do Brasil, sendo recomendado a promoção de campanhas de imunização para alcance de metas preconizadas. Por fim, torna- se relevante a orientação dos profissionais da saúde quanto ao preenchimento das fichas de notificação, a fim de reduzir a subnotificação e e conhecer o perfil clínico e epidemiológico desta doença endêmica com o intuito de remanejar recursos para tal.