AVALIAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE EM MACRÓFAGOS COINFECTADOS POR Leishmania (Leishmania) amazonensis e Leishmania (Leishmania) chagasi

Abstract

As leishmanioses são antropozoonoses consideradas um grande problema de saúde pública, podendo causar infecções viscerais, lesões mucocutâneas, cutânea difusa e cutânea. No Brasil, a Leishmaniose Tegumentar Americana (LT) e Visceral (LV) atingem todos os estados, e o Maranhão é um dos mais endêmicos, com ampla distribuição e concentração de casos. As Leishmanioses são causadas por protozoários do gênero Leishmania sp., transmitido através do repasto sanguíneo da fêmea do gênero Lutzomyia. A infecção natural por diferentes espécies de Leishmania sp. no mesmo indivíduo, especialmente em áreas de sobreposição de espécies, pode ser mais prevalente do que previamente relatado. Esse tipo de infecção mista pode afetar o diagnóstico e tratamento da doença. Nesse sentindo, a identificação e compreensão dos mecanismos imunológicos envolvidos no desenvolvimento das coinfecções, são de grande importância para o controle da doença. Dessa forma, esse trabalho teve como objetivo investigar a resposta imune em macrófagos coinfectados por Leishmania amazonensis e Leishmania chagasi. Para tanto, foi calculada a taxa de infecção de macrófagos murinos RAW 264.7 parasitados por uma ou duas espécies de Leishmanias, foram realizadas dosagens de peróxido de hidrogênio e óxido nítrico, e quantificação das citocinas IL-12, IL-4, IL-6, IL-10, IFN-γ, MCP-1, através da técnica de CBA-Kit (inflammation mouse cytokine Kit). Nossos dados mostraram que a taxa de infecção pelo parasito no grupo coinfectado, não foi tão expressiva quanto no grupo da infecção simples com L. amazonensis, mas foi observado uma prevalência da L. chagasi na infecção mista. O grupo coinfectado apresentou discreta produção de peróxido de hidrogênio, porém quando comparada nos períodos de 24h e 48h de infecção, foi percebido aumento dessa produção. Não detectamos a produção de óxido nítrico nos ensaios. A citocina inflamatória TNF-α e a quimiocina MCP-1, também se mostraram aumentadas nesse grupo. Com base nesses dados, podemos concluir que a coinfecção por L. amazonensis e L. chagasi, demonstrou uma prevalência desta última embora o perfil da resposta destes macrófagos tenha sido semelhante ao quadro de uma infecção por L. amazonensis.