EFEITOS DO TREINAMENTO FÍSICO AERÓBIO NO CONTROLE AUTONÔMICO CARDIOVASCULAR EM RATAS FÊMEAS SUBMETIDAS À SOBRECARGA DE FRUTOSE

Abstract

A Síndrome Metabólica (SM) é um transtorno complexo caracterizado pela ocorrência de pelo menos três das cinco desordens, incluindo circunferência abdominal aumentada, alterações nos níveis de triglicerídeos, colesterol HDL diminuído, pressão arterial aumentada e aumento da glicemia de jejum. Além disso, a SM é responsável por induzir alterações no Sistema Nervoso Autônomo, vistas através do aumento do seu componente simpático. Essas condições estão fortemente associadas ao aumento do risco para o desenvolvimento de doença cardiovascular. Por outro lado, os benefícios das terapias não farmacológicas, como o treinamento aeróbio, estão se tornando cada vez mais reconhecidos no tratamento da SM e das DCV. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos do treinamento aeróbio (TA) no controle autonômico cardiovascular em ratas fêmeas submetidos à sobrecarga de frutose após o desmame. Foram utilizadas para o experimento 24 ratas fêmeas com 21 dias da linhagem Wistar. As ratas foram divididas aleatoriamente em três grupos com oito animais, grupo controle (GC), grupo frutose sedentário (GFS) e grupo frutose treinado (GFT). O GC recebeu comida e água padrão durante todo o experimento. O GFS e GFT receberam sobrecarga de frutose (100g/L) na água de beber durante 19 semanas. Ao final do protocolo, com relação às avaliações metabólicas não houve diferença em relação ao peso corporal em nenhum dos grupos avaliados tanto no início quanto ao final protocolo. Além disso, com relação aos níveis de triglicerídeos, houve um aumento significativo no GFS e no GFT quando comparado ao GC. No que diz respeito à resistência a insulina, no presente estudo o GFS apresentou sinais claro de resistência demonstrado pela menor constante de decaimento da insulina plasmática, já o GFT evidenciou os benefícios do TA que foi capaz de reduzir a resistência à insulina mesmo recebendo sobrecarga de frutose. Nas avaliações hemodinâmicas, o GFT apresentou valores semelhantes ao grupo controle, mesmo recebendo sobrecarga de frutose na água de beber. No entanto, os fatores de risco presentes no GFS promoveram aumentos discretos, mas significativo da PAS, PAD e PAM. Além disso, com relação à sensibilidade dos barorreceptores, o TA foi responsável por induzir melhoras na resposta bradicárdica reflexa no GFT. No entanto, não houve diferença na resposta taquicárdica reflexa em nenhum dos grupos avaliados. Quanto à avaliação da capacidade física, os animais treinados apresentaram melhora na capacidade física quando comparados ao grupo sedentário. Em conclusão, nossos dados sugerem que TA é particularmente eficaz para o tratamento dos distúrbios metabólicos, hemodinâmicos e autonômicos desencadeados pela SM.