CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS DA SEPSE EM UNIDADES DE SAÚDE NO ESTADO DO MARANHÃO ENTRE OS ANOS DE 2019 E 2023: IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19

Abstract

A sepse é definida como uma síndrome potencialmente fatal associada a anormalidades fisiológicas, patológicas e biológicas causadas por uma resposta desregulada do hospedeiro a infecções. Desta forma, objetivou-se analisar o perfil epidemiológico e evolução temporal das internações e taxa de mortalidade hospitalar por sepse no Maranhão, entre os anos de 2019 e 2023. Tratou-se de um estudo transversal, observacional, descritivo e de abordagem quantitativa, cujos dados foram coletados no Sistema de Informação sobre Morbidade Hospitalar do SUS (SIH/SUS), no período de 2019 a 2023. Durante o período avaliado, foram registrados 6.363 casos de internação e 3.240 óbitos por sepse no estado do Maranhão. No período pré- pandemia, houve 1.623 internações, enquanto durante a pandemia, esse número aumentou para 4.740. A proporção de pacientes do sexo feminino caiu de 50,5% para 46,9%, enquanto a de pacientes do sexo masculino subiu de 49,5% para 53,1%. As faixas etárias mais afetadas foram de 70 a 79 anos (21,1% pré-pandemia e 21,9% durante a pandemia) e 80 anos ou mais (20,6% pré-pandemia e 21,4% durante a pandemia). Em termos de cor/raça, os casos ignorados/brancos diminuíram de 47,9% para 38,1%, enquanto os pacientes pardos aumentaram de 27,2% para 51,8%. A maioria das internações foi de urgência, com 84,5% no período pré-pandemia e 83,8% durante a pandemia. Houve um aumento significativo nos custos hospitalares. Os municípios com o maior número de casos de sepse foram São Luís (28,9%), Imperatriz (27,7%) e Caxias (6,6%). Portanto, esses dados evidenciam a necessidade urgente de fortalecer as estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento da sepse no Maranhão, especialmente durante crises sanitárias como a pandemia de COVID-19.