Perfil epidemiológico das hospitalizações de pacientes com DPOC no SUS, na região Nordeste do Brasil, no período de 2012 a 2021.

Abstract

A doença pulmonar obstrutiva Crónica (DPOC) é uma das principais causas de morte e de incapacidade física em todo o mundo. Trata-se de uma doença crônica, de evolução lenta e progressiva, com forte impacto na função respiratória, que pode levar à incapacidade de realizar tarefas diárias e alterar a qualidade de vida dos pacientes. Diante do crescimento do número de casos nos últimos anos, e da previsão de aumento do número de internações hospitalares, a DPOC tornou-se um crescente e importante problema de saúde pública. OBJETIVO: Analisar o perfil epidemiológico das internações hospitalares de pacientes com DPOC na região Nordeste do Brasil no período de 2012 a 2021. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo epidemiológico do tipo ecológico, transversal, observacional e analítico. A pesquisa foi realizada por meio da coleta de dados do Departamento de Informática do SUS (DATASUS). RESULTADOS: Os dados apontam que, entre os anos de 2012 a 2021 na região Nordeste, houve 206.960 autorizações de internações hospitalares (AIH), das quais 33,33% ocorreram no estado da Bahia. O ano de 2017 foi o ano com o maior número de AIH (24.450), 2021 apresentou o menor número (11.861). Os idosos respondem por 59,3% das AIH, pessoas da cor/raça autodeclarada parda respondem por 51,70% das AIH e o sexo masculino aparece com 50,50%. O número de óbitos foi maior em pessoas na faixa etária dos 80 anos ou mais (39,85%), bem como a taxa de mortalidade (13,86). O número de óbitos, de acordo com a cor/raça autodeclarada e com sexo, foi maior em pacientes da cor/raça autodeclarada parda (45,80%) e, em pacientes do sexo masculino (52,50%). A média de permanência das internações hospitalares foi de 6,5 dias. CONCLUSÃO: O número de AIH apresentou pequenas oscilações, se mantendo estável durante o período estudado, exceto nos anos de 2020 e 2021 devido a pandemia de COVID-19, o que coincide com outros estudos, mas houve aumento do percentual de AIH em pacientes da cor/raça autodeclarada parda. Os dados desta pesquisa podem colaborar, junto com outros estudos, no desenvolvimento de políticas públicas de prevenção e promoção de saúde voltadas a essa população, que possam ajudar a reduzir o número de novos casos, promover o diagnóstico precoce e facilitar o tratamento, para minimizar os danos trazidos por essa doença e melhorar a qualidade de vida dessa população.