INTERNAÇÕES POR LEIOMIOMATOSE UTERINA NO BRASIL NOS ANOS DE 2013 A 2022: Uma análise de tendência em série temporal

Abstract

Os leiomiomas, miomas ou fibromas uterinos são tumores benignos originados de células musculares lisas do miométrio, que podem alterar a qualidade de vida dessas mulheres em faixas etárias diversas e representam gastos ao sistema de saúde. Este estudo teve como objetivo analisar a tendência das internações hospitalares no Brasil por leiomiomatose uterina em uma série temporal de 2013 a 2022. As taxas de internação foram construídas a partir da razão entre a frequência absoluta das internações por leiomioma no Sistema Informação Hospitalar e população residente/projeções intercensitárias do IBGE. Este é um estudo ecológico, no qual foram calculadas as taxas de internação pelo SUS decorrentes de leiomiomatose uterina envolvendo a população do Brasil estratificada por regiões, faixa-etária e cor/raça. Para o cálculo de tendência, foi utilizado o método de Prais- Winsten para regressão linear generalizada. Os resultados mostraram que o ano de 2022 obteve mais internações no Brasil e nas regiões brasileiras por leiomiomatose, com exceção do Sul. Além disso, dentro das regiões, a Nordeste foi a responsável pelas maiores taxas de internação ao longo dos anos, mesmo com tendência estacionária e apesar de a região Norte ter apresentado o maior aumento percentual anual dentre as demais. Ademais, com relação à faixa etária, observou-se maior taxa de internação em 40-49 anos, entretanto, de tendência estacionária. Já ao analisar cor/raça, a autodeclarada preta/parda obteve maior taxa de internação dentre as demais e, além disso, teve tendência crescente ao longo dos anos estudados. Esses resultados destacam a necessidade de políticas públicas que visem a melhoria da qualidade de saúde oferecida a essas mulheres, para que sejam realizadas medidas clínicas de controle da patologia antes que os sintomas se intensifiquem e seja necessário tratamento via internação hospitalar, diminuindo os custos ao SUS.