O Preconceito Linguístico e o Ensino de Língua Portuguesa - O Que Dizem os Alunos do Ensino Médio

Abstract

Esta pesquisa tem como objetivo investigar o preconceito linguístico dentro da sala de aula, buscando refletir acerca dos impactos causados por esse fenômeno na formação escolar dos alunos. Fundamenta-se nos temas da variação linguística e do preconceito linguístico, com base, sobretudo, nos trabalhos de Bortoni-Ricardo (2004, 2023) e Bagno (2006, 2015, 2017), cujas obras enfatizam a importância da diversidade linguística discutem as relações entre linguagem, poder e desigualdades sociais. Para concretização desta pesquisa, utilizamos questionários como instrumento de coleta de dados, a fim de alcançar uma amostra representativa de respostas dos alunos, ancorada numa abordagem quali-quantitativa, que permitiu identificar padrões e tendências nas percepções e atitudes em relação ao preconceito linguístico nas questões objetivas, fornecendo uma base sólida para a análise dos resultados, bem como compreender e examinar o conteúdo textual das respostas em escrito dos participantes para identificar padrões, opiniões e suas percepções. Com base nos dados, ficou evidente que embora muitos deles consigam identificar a existência de julgamentos negativos sobre suas formas de falar, a compreensão acerca do preconceito linguístico ainda é limitada entre os estudantes. Dessa maneira, é perceptível que as crenças e mitos acerca do preconceito linguístico, refletidas neste trabalho, estão, de fato, arraigadas nas concepções de língua desses alunos, percebemos isso através do impulsionamento dado nos questionamentos que os direcionaram a auto-avaliar suas respectivas falas na língua portuguesa, mostrando que muitos consideram que muitas das formas linguísticas que utilizam estão “erradas”.