Estratégias Nutricionais Empregadas na Seletividade Alimentar em Crianças com Transtorno do Espectro Autista

Abstract

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurológica caracterizada por dificuldades na interação social, comunicação verbal e não verbal, e comportamentos repetitivos. O objetivo geral desta revisão foi analisar os estudos que avaliaram estratégias nutricionais eficazes para lidar com a seletividade alimentar em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Trata-se de uma revisão sistemática da literatura a partir dos artigos publicados nas seguintes bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), indexadas nas bases de dados LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), SciELO (Scientific Eletronic Library Online), MEDLINE. Os critérios de inclusão foram artigos publicados na íntegra com idioma português e inglês, com disponibilidade do texto de forma integral, terem sido publicados no período de 2019 a 2023 . Os resultados indicam que as estratégias nutricionais melhoraram significativamente a ingestão alimentar e aumentaram a variedade de alimentos consumidos, levando em conta preferências sensoriais e aversões alimentares. As intervenções nutricionais também apresentaram efeitos positivos a longo prazo na saúde física e no desenvolvimento das crianças, incluindo ganho de peso adequado e redução de sintomas comportamentais, como hiperatividade e irritabilidade. As principais estratégias discutidas incluíram a introdução gradual de novos alimentos, suplementação de nutrientes específicos e modificação da textura dos alimentos. A introdução gradual mostrou-se eficaz na aceitação de novos alimentos, enquanto a suplementação corrigiu deficiências nutricionais comuns em crianças com TEA, melhorando o humor e comportamento. A adaptação da textura dos alimentos ajudou na aceitação por crianças com sensibilidades sensoriais. A abordagem dietética na redução da seletividade alimentar em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma área crucial e em constante evolução na busca por melhores resultados clínicos e qualidade de vida. Em síntese, as estratégias nutricionais empregadas na seletividade alimentar em crianças com TEA devem ser abordadas de forma holística, considerando não apenas as necessidades nutricionais específicas, mas também os aspectos comportamentais, emocionais e sociais envolvidos.