AVALIAÇÃO AMBIENTAL COM BASE NO USO E COBERTURA DO SOLO NO MUNICIPIO DE ESTREITO - MA

Abstract

O município de Estreito, localizado no sudoeste do Maranhão, às margens do Rio Tocantins, destaca-se por seu papel estratégico na região, sendo um importante ponto de conexão entre o Maranhão, o Tocantins e o Pará. A cidade, cuja economia tradicionalmente baseava-se na agricultura e pesca, viu sua dinâmica mudar significativamente após a inauguração da Usina Hidrelétrica de Estreito (UHE) em 2008. O desenvolvimento da infraestrutura local e as transformações ambientais geradas pela UHE impactaram não apenas o cenário urbano, mas também as bacias hidrográficas da região, que passaram a sofrer alterações no regime hidrológico e no uso e ocupação do solo. Este estudo investiga as mudanças nas bacias hidrográficas de Estreito-MA entre os anos de 2007 e 2023, utilizando dados de sensoriamento remoto para analisar a evolução da cobertura do solo e os impactos decorrentes da instalação da UHE. A construção da UHE provocou enchentes no início de sua operação, mas essas perturbações hidrológicas se estabilizaram ao longo do tempo. A análise morfométrica revelou que as bacias são influenciadas por fatores geomorfológicos, como a topografia e o uso do solo, o que afeta diretamente o escoamento superficial e a qualidade dos recursos hídricos. Embora o crescimento da infraestrutura urbana em Estreito tenha sido planejado, ele trouxe mudanças significativas, como a fragmentação de habitats aquáticos e alterações na dinâmica fluvial, prejudicando a fauna e flora ribeirinhas. O estudo identificou um aumento expressivo de áreas destinadas à vegetação rasteira e à agricultura, enquanto a vegetação densa sofreu uma redução considerável. Tais mudanças reforçam a necessidade de políticas de gestão ambiental mais efetivas, que visem mitigar os impactos da urbanização e da operação da UHE, garantindo a sustentabilidade dos recursos hídricos e a preservação dos ecossistemas para as gerações futuras.