A mortalidade materna na Baixada Maranhense (2007-2016)

Abstract

RESUMO

A mortalidade materna é um índice que permite a análise de diversos fatores que contribuem, entre outras questões, para a compreensão dos níveis de qualidade de vida e o acesso a serviços de saúde que são disponibilizados para a população. O presente trabalho tem como objetivo geral traçar o perfil de mortalidade materna na Baixada Maranhense, localizada no Estado do Maranhão, dentro do recorte cronológico de 2007 a 2016. A pesquisa é classificada como um estudo descritivo retrospectivo. Para os procedimentos metodológicos, foram utilizados os dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade por meio do endereço eletrônico do DATASUS. Para as análises, foram verificadas as variáveis: óbitos maternos, tipo causa obstétrica, subcategorias maternas, causa base grupo CID-10, faixa etária, cor/raça, estado civil, escolaridade e local de ocorrência. Os resultados apresentaram que a Baixada Maranhense é uma região de alta mortalidade materna, conforme a classificação da Organização Mundial da Saúde, com destaque para o município de São João Batista. A maioria dos óbitos foi causada por motivos diretos, no período entre a gravidez e os primeiros 42 dias, em regime hospitalar. No que tange aos dados socioculturais, observou-se a preponderância da faixa etária de 20-29 anos no período do óbito, que se declaravam pardas, eram solteiras e tinham de 8 a 11 anos de estudo. Os dados da Razão de Mortalidade Materna ratificam a clara desigualdade na região; cabe ressaltar, ainda, a baixa notificação dos óbitos em período puerperal no Brasil – o que não destoa da realidade global. Essas informações também corroboram a noção de que os fatores socioculturais das mulheres de grupos mais vulneráveis estão associados à percentagem de casos, e que a maior parte dos óbitos possui alto grau de evitabilidade. Essa situação pode ser revertida com a implantação de políticas públicas e assistência à mulher no período gravídico.