Intervenções não farmacológicas e a redução dos fatores de risco para o desenvolvimento de delirium em ambiente hospitalar: uma revisão de escopo do período 2014 a 2023

Abstract

RESUMO: O delirium é uma condição mental aguda comum no contexto hospitalar, associada ao aumento dos custos de saúde e à morbimortalidade de pacientes internados. Em geral, afeta pacientes vulneráveis após eventos traumáticos ou patologias agudas, com o ambiente hospitalar contribuindo como fator desencadeante. Apesar disso, é subdiagnosticado e seu manejo medicamentoso ainda carece de comprovação robusta de eficácia, destacando a relevância das intervenções não farmacológicas. Diante disso, este trabalho buscou analisar como essas intervenções podem reduzir os riscos e do delirium em ambientes hospitalares. O estudo foi do tipo descritivo, utilizando-se uma revisão de literatura de escopo do período de 2014 a 2023, nas bases de dados eletrônicas MEDLINE, LILACS e SCIELO. Para o processo de busca e análise dos artigos, foi utilizado o diagrama flow e os dados da pesquisa foram organizados no Microsoft Excel e apresentados em tabelas para facilitar a interpretação. Foram encontrados 870 artigos e 16 foram incluídos, após análise criteriosa. Os achados demonstraram que as intervenções não farmacológicas, como estímulos sensoriais, cognitivos e sociais, impactam positivamente na redução dos fatores de risco para o delirium em pacientes hospitalizados, beneficiando tanto a recuperação clínica quanto a experiência do paciente. Além disso, evidenciou-se a importância da capacitação das equipes de saúde e da integração da família no cuidado, reforçando a necessidade de políticas públicas e programas educacionais que favoreçam a implementação dessas práticas no ambiente hospitalar. A aplicabilidade dessas intervenções no manejo do delirium ressaltou a necessidade de novas pesquisas que consolidem e ampliem as evidências, visando a otimização do cuidado clínico e a promoção de ambientes hospitalares mais humanizados e eficazes.__ABSTRACT: Delirium is an acute mental condition commonly found in hospital environments, associated with increased healthcare costs, morbidity and mortality of hospitalized patients. It usually affects vulnerable patients after traumatic events or acute pathologies, with the hospital environment acting as a triggering factor. Despite its prevalence, delirium continues to be underdiagnosed, and there is limited robust evidence supporting the effectiveness of its pharmacological treatment, emphasizing the importance of non-pharmacological methods.". This study focused on analyze how non-pharmacological interventions can reduce risks of delirium in hospital environments. The study was descriptive, utilizing a scoping literature review from 2014 to 2023, sourced from electronic databases such as MEDLINE, LILACS, and SCIELO. The search and article analysis process employed a flow diagram, and the research data were organized using Microsoft Excel and presented in tables to facilitate interpretation. Out of 870 articles found, 16 were included after a thorough review. The results indicated that non-pharmacological interventions, such as sensory, cognitive, and social stimuli, positively impact the reduction of delirium risk factors in hospitalized patients, benefiting both clinical recovery and patient experience. Furthermore, the significance of healthcare team training and family integration in care was highlighted, reinforcing the need for public policies and educational programs that promote the implementation of these practices in hospital settings. The applicability of these interventions in delirium management underscored the need for further research to consolidate and expand the evidence, aiming to optimize clinical care and promote more humane and effective hospital environments.