Perfil epidemiológico da mortalidade por artrite reumatóide no Brasil, de 2013 a 2022.

Abstract

RESUMO: a Artrite Reumatoide (AR) é uma condição inflamatória de origem autoimune, cuja causa ainda não é totalmente compreendida, afetando homens e mulheres, sendo mais comum no sexo feminino. Quando diagnosticada e tratada precocemente, é possível reduzir os danos às articulações e melhorar o prognóstico do paciente. Além das manifestações nas articulações, a AR pode afetar o organismo de forma sistêmica, causando sintomas como rigidez matinal, fadiga e perda de peso. As sequelas decorrentes da doença podem ser persistentes e, em casos mais graves, os sintomas podem levar a complicações com risco de mortalidade. Este estudo tem como objetivo analisar o perfil epidemiológico da mortalidade por Artrite Reumatóide no Brasil, entre os anos de 2013 a 2022. Para isso, foi realizado estudo epidemiológico transversal com dados do DATASUS, órgão vinculado ao Ministério da Saúde. Os dados coletados foram tabulados em Excel e analisados estatisticamente no Programa Bioestat 5.3. Foram observados 5111 óbitos por AR no Brasil no período em estudo, com predomínio dos óbitos na Região Sudeste (n=2554), seguido pela Região Sul (n=1224), Região Nordeste (n=723), Região Centro-Oeste (n=376) e Região Norte (n=234). A maioria dos óbitos ocorreu em indivíduos do sexo feminino com 75,2% do total (n=3847). A faixa etária mais acometida foi a de 70 a 79 anos com 28,39% dos falecimentos. Predomínio da raça branca com n=3355 e pardos n=1248. A maioria tinha baixa escolaridade tendo o intervalo de 1 a 11 anos de estudo concentrado 63,3% do total registrado de óbitos. Quanto ao estado civil: casados (n=1349), viúvos (n=1298), solteiros (n=1042). Quanto ao local de ocorrência: a maioria dos falecimentos foi registrado no hospital (n=3922), seguido por domicílio (n=922). Finalmente, quanto à categoria CID-10: M06 outras artrites reumatoides 87,5% (n=4473) e M05 artrite soropositiva 12,4% (n=638). Diante do exposto, é possível visualizar a relevância do estudo sobre o perfil epidemiológico da mortalidade por Artrite Reumatoide no Brasil. Tal perspectiva se dá pelos dados obtidos no presente estudo os quais refletem como a AR é uma patologia que ainda requer maiores análises e investigações no tocante ao perfil epidemiológico envolvido na gênese de sua mortalidade, para que seja possível efetivar melhores prognósticos aos pacientes, bem como para efetivar políticas públicas em saúde que visem tanto a redução do número de óbitos quanto a melhoria na qualidade de vida destes pacientes.__ABSTRACT: Rheumatoid Arthritis (RA) is an inflammatory condition of autoimmune origin, the cause of which is not yet fully understood. It affects both men and women, though it is more common in females. When diagnosed and treated early, it is possible to reduce joint damage and improve the patient's prognosis. In addition to joint manifestations, RA can affect the body systemically, causing symptoms such as morning stiffness, fatigue, and weight loss. The sequelae resulting from the disease can be persistent, and in more severe cases, symptoms can lead to complications with a risk of mortality. This study aims to analyze the epidemiological profile of mortality from Rheumatoid Arthritis in Brazil between the years 2013 and 2022. For this purpose, a cross-sectional epidemiological study was conducted using data from DATASUS, an agency linked to the Ministry of Health. The collected data were tabulated in Excel and statistically analyzed using the Bioestat 5.3 Program. A total of 5,111 deaths due to RA were observed in Brazil during the study period, with a predominance of deaths in the Southeast Region (n=2,554), followed by the South Region (n=1,224), the Northeast Region (n=723), the Central-West Region (n=376), and the North Region (n=234). The majority of deaths occurred in females, accounting for 75.2% of the total (n=3,847). The most affected age group was 70 to 79 years, with 28.39% of deaths. There was a predominance of white individuals (n=3,355) and mixed-race individuals (n=1,248). Most had low educational levels, with 1 to 11 years of schooling accounting for 63.3% of the total recorded deaths. Regarding marital status: married (n=1,349), widowed (n=1,298), single (n=1,042). Regarding the place of occurrence: most deaths were recorded in hospitals (n=3,922), followed by at-home deaths (n=922). Finally, regarding ICD-10 category: M06 other rheumatoid arthritis 87.5% (n=4,473) and M05 seropositive arthritis 12.4% (n=638). In light of the above, it is possible to visualize the relevance of studying the epidemiological profile of mortality from Rheumatoid Arthritis in Brazil. This perspective is supported by the data obtained in the present study, which reflect how RA is a pathology that still requires further analysis and investigation concerning the epidemiological profile involved in the genesis of its mortality, so that better patient prognoses can be achieved, as well as public health policies aimed at both reducing the number of deaths and improving the quality of life of these patients.