HANS JONAS E O DESAFIO PARA INSTAURAR UMA ÉTICA CONDIZENTE COM O PODER TÉCNICO ADQUIRIDO PELO HOMEM NA MODERNIDADE

Abstract

O advento da modernidade proporcionou grandes mudanças na vida do homem. O domínio da natureza através da razão e dos conhecimentos técnicos colocou à disposição da sociedade moderna um poder de ação com características totalmente inéditas e consequências jamais imaginadas. Com a modernidade um novo cenário é inaugurado, e neste se destaca a ruptura com os ideais da igreja (ideais estes que serviam como conduta ética da sociedade pré-moderna), e o surgimento da ideia de aquisição da autonomia do sujeito, em face do desenvolvimento da razão. Através do uso frenético da razão nas ações do ser humano sobre a natureza, a ciência e a técnica se desenvolvem e ganham força. Neste cenário o filósofo Hans Jonas desenvolve sua teoria com o intuito principal de propor um princípio ético que seja compatível com o poder de ação humana no cenário moderno, considerando que este poder de ação engendrado pela técnica oferece ameaças a continuidade da vida no planeta. Portanto, neste trabalho meu objetivo é apontar as principais dificuldades que o autor teve de superar para elaborar um modelo ético condizente com a realidade moderna, apontando as principais teorias que ele busca refutar ao propor um novo modo de encarar a ética, uma ética não mais voltada para o âmbito local e momentâneo, mas preocupada com o futuro da vida e com as consequências globais da ação humana apoiada na técnica. Para alcançar tal objetivo utilizei como referência principal a obra magna do autor intitulada “O princípio Responsabilidade: Ensaio de uma ética para a civilização tecnológica” estabelecendo links com a obra “O princípio vida: Fundamentos para uma biologia filosófica” a fim de clarificar a teoria.