SENSACIONALISMO E ÉTICA JORNALÍSTICA: breve análise do programa Bandeira 2 no Maranhão

Abstract

O trabalho situa o jornalismo no contexto de uma sociedade hiper conectada, na qual o acesso instantâneo à informação convive com a desinformação e o sensacionalismo. É destacado a importância de uma postura ética no jornalismo, entendida como um compromisso com a verdade e a responsabilidade social, indispensável para a formação de uma opinião pública crítica e bem-informada. São apresentados os fundamentos éticos gerais, demonstrando como a ética, enquanto conjunto de valores e normas, orienta as ações dos indivíduos e profissionais. É ressaltado que a ética jornalística não se restringe a um conjunto de regras, mas funciona como uma bússola para práticas que visem o bem coletivo e a integridade da informação. É feito um aprofundamento da discussão acerca dos conceitos de ética e ética jornalística, embasando-se em referências clássicas e contemporâneas. O sensacionalismo é definido como uma prática antiética que, ao exagerar e distorcer os fatos, banaliza o sofrimento humano e manipula a percepção do público. A tensão entre o lucro e a responsabilidade informativa é evidenciada, mostrando como a busca por audiência pode sobrepor-se aos preceitos éticos fundamentais. O estudo analisa como o telejornal (programa Bandeira 2) utiliza recursos narrativos dramáticos – como o uso exagerado de imagens e linguagem sensacionalista – para atrair a audiência, ao mesmo tempo em que reforça estereótipos e cria um clima de medo e insegurança na sociedade. A metodologia empregada na pesquisa, fundamenta-se em uma abordagem qualitativa, exploratória, descritiva e analítica. São utilizados diversos instrumentos, como a triangulação de dados, entrevistas (orais e escritas), pesquisa bibliográfica e e-clipping, que possibilitam uma compreensão aprofundada dos impactos éticos do sensacionalismo no jornalismo. Inspirados na análise de discurso, apresentamos o Bandeira 2 com base na seleção das três matérias mais visualizadas no YouTube durante setembro, outubro e novembro de 2024, com foco naquela que recebeu maior quantidade de visualizações. Essa análise evidencia o uso de elementos sensacionalistas – como a exageração dos fatos, a dramatização e o uso de imagens chocantes – e discute como tais estratégias influenciam a percepção do público e contribuem para a banalização da violência. Apesar de sua eficácia comercial, o sensacionalismo é apontado como prejudicial à credibilidade do jornalismo, pois distorce a realidade e desumaniza os fatos, evidenciando a necessidade de um jornalismo que privilegie a ética e o interesse público.