Caracterização epidemiológica dos partos e nascidos vivos de mães residentes no município de Pinheiro, Maranhão

Abstract

RESUMO

Introdução: A saúde materno-infantil é um importante indicador de desenvolvimento humano, refletindo a qualidade e o acesso aos serviços de saúde. No Brasil, apesar dos avanços, persistem desigualdades regionais que contribuem para a manutenção de elevadas Taxas de Mortalidade Infantil (TMI). Fatores como a baixa cobertura pré-natal e desigualdades socioeconômicas agravam ainda mais a situação, destacando a necessidade de se conhecer as características socioeconômicas maternas, obstétricas e neonatais locorregionais, que causem impactos nos indicadores materno-infantil. Objetivo: Caracterizar os partos e nascidos vivos do município de Pinheiro, Maranhão, Brasil. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo e quantitativo. Utilizou-se dados referentes a todos os partos e nascidos vivos registrados no Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC) no município de Pinheiro entre os anos de 2018 a 2022, disponibilizados de pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), do Ministério da Saúde. As variáveis investigadas foram: características socioeconômicas das mães (idade, escolaridade, estado civil), informações obstétricas sobre o acompanhamento pré-natal e parto (número de consultas, adequação quantitativa de pré-natal, idade gestacional, tipo de gravidez, tipo de parto, local de ocorrência do nascimento) e caracterização dos nascidos vivos (sexo do recém-nascido, peso ao nascer, raça/cor, escore de Apgar no 1o e 5o minutos e presença de anomalias congênitas). A coleta de dados ocorreu em outubro de 2024. Para análise dos dados foi utilizada estatística descritiva com uso do software R® (versão 4.5.1). Resultados: No período analisado foram notificados 7.333 partos e nascidos vivos, com maior número de registro de nascimentos em 2018, com 1.637 nascidos vivos (22,3%). Quanto às características socioeconômicas maternas e obstétricas predominaram mulheres com idade entre 20 a 29 anos (53,1%), com 8 a 11 anos de estudos (76,8%), em união consensual (51,3%), que realizaram 7 ou mais consultas pré-natais (41,8%), pré-natal classificado como mais que adequado (39,1%), gravidez única (98,5%), parto a termo (89,5%), do tipo parto vaginal (56,4%) e hospitalar (94,7%). Quanto às características dos nascidos vivos, observou-se que a maioria era do sexo masculino (50,7%), raça/cor parda (90,2%), peso ao nascer maior que 2500g (86,1%), Apgar 1o a 5o minuto de 8 a 10 (90,6% e 94,3%) respectivamente, e sem presença de anomalias congênitas (98,9%). Identificou-se incompletude no preenchimento das fichas de notificação. Conclusão: Os resultados permitiram caracterizar os partos e nascidos vivos do município em estudo, podendo servir como subsídio para avaliação da realidade epidemiológica local e planejamento de ações estratégicas no âmbito da

saúde da mulher e da criança que impactem diretamente nos indicadores de saúde materno- infantil.