Quilombo centro dos violas - percursos, territórios e memórias: uma escrita ancestral em processo

Abstract

RESUMO

O artigo investiga a construção da identidade quilombola a partir da oralidade, da dramaturgia e das memórias ancestrais. Percorro a partir da minha experiência pessoal e coletiva, na busca de compreender a importância do reconhecimento da minha identidade negra e quilombola, bem como as estratégias de resistência e preservação da memória coletiva da comunidade Centro dos Violas, em Santa Rita (MA). A pesquisa enfatiza a tradição oral como uma ferramenta essencial na manutenção da cultura e história do quilombo, destacando figuras centrais como minha bisavó Maria Viola e Dindinha Antônia, guardiãs das memórias do território. Além disso, o artigo aborda o processo de criação de uma dramaturgia quilombola baseada nas experiências do território, utilizando referências da escrevivência de Conceição Evaristo e da afrocentricidade de Molefi Kete Asante. Neste processo, evidencio os dois filmes dirigidos por mim, os documentários "Ouro" e "A Nossa Festa Já Vai Começar", que funcionam como registros visuais e históricos da cultura quilombola, contribuindo para a valorização da identidade negra e da memória coletiva do nosso território. Por fim, o trabalho reafirma a importância da dramaturgia quilombola como um meio de preservar e transmitir as histórias quilombolas da minha comunidade, reforçando o papel da arte na luta política e na reafirmação da identidade afro-brasileira.