“Era amor: Aquilo que tem pressa pra ser”: reflexões sobre memória, narrativa pessoal no corpo e na cena

Abstract

RESUMO:

O presente trabalho busca analisar o processo de criação do espetáculo “ERA AMOR: aquilo que tem pressa pra ser” que faz parte de uma pesquisa que teve por objetivo transformar uma memória familiar em uma busca pela ancestralidade inexplorada, esquecida e soterrada, propondo uma reivindicação contra-apagamento das narrativas que não cabem apenas na memória. É composta por um compilado de poemas adaptados na dramaturgia a partir dos relatos dos participantes desta história. Pai, mãe, filha e avós, num corpo de atriz, dão voz a este monólogo que nos direciona para uma pertinente discussão acerca das narrativas do eu, dialogando com a subversão ao projeto colonial de apagamento da história e da identidade de pessoas negras, visto que o espetáculo nos apresenta as memórias de um casal preto num vocabulário outro - no qual finalmente experimentam a potência de ser.