A importância das plantas medicinais em comunidades tradicionais da Baixada Maranhense: uma revisão etnobotânica

Abstract

RESUMO

O uso de plantas com fins medicinais, além de oferecer uma alternativa fitoterápica de promoção de saúde para comunidades tradicionais, consagra-se como uma fonte essencial de cuidados, bem-estar e manutenção da cultura. Essas comunidades, muitas vezes localizadas em áreas remotas, possuem acesso limitado à medicina convencional, o que torna os recursos naturais a principal alternativa terapêutica transmitida oralmente ao longo das gerações, constituindo um patrimônio cultural que reforça a identidade e a sabedoria coletiva. Com base nisto, esta revisão bibliográfica narrativa tem como objetivo mostrar que as plantas medicinais não apenas tratam doenças, como também fortalecem os laços com a natureza e as crenças ancestrais, além de incentivar práticas sustentáveis de manejo que ajudam na conservação dos habitats naturais. Essa revisão considerou a existência de pesquisas cientificas que buscavam a comprovação do uso das plantas em áreas onde a medicina popular ainda é exercida por muitas famílias. Através de artigos, textos, periódicos e bancos de dados disponíveis online (Flora e Funga do Brasil e SpeciesLink), foram obtidos dados de trabalhos realizados na área compreendida pela Amazônia Maranhense. Foram utilizadas palavras-chaves como “baixada”, “fitoterapia”, “cultivo” e “etnobotânica”. Foi elaborada uma lista de plantas medicinais para a Baixada Maranhense em uma tabela onde foram organizadas informações como nível de toxidade das plantas, suas propriedades e classificação segundo a família, espécie e origem. De acordo com os dados levantados. as pesquisas ajudaram na identificação de cinco novos registros de plantas para o estado do Maranhão, localizada na cidade de Arari que possui em grande parte de seu território, envolvido pelo bioma Amazônico e o restante pelo cerrado: o hortelãzinho (Mentha spicata L.), a cura-tudo (Justicia calycina (Nees) V.A.W Graham), o boldo (Plectranthus barbatus Andrn.), a araruta (Maranatha arundinacea L.) e a oriza (Mesosphaerum pectinatum L. Kuntze), além de redescobertas, como a grama-roxa (Tripoganda serrulata (Vahl) Handlos), da qual não havia registros no Maranhão desde 1975. A realização dessa revisão teve importância na sistematização do conhecimento das comunidades tradicionais (quilombolas e indígenas), reforçando que o levantamento de trabalhos etnobotânicos contribuem não só com dados para a literatura científica, mas também na conservação dos saberes e da identidade cultural das comunidades tradicionais.