Crise na saúde suplementar e os desafios da cobertura das terapias ocupacionais ABA no Brasil

Abstract

A saúde suplementar no Brasil desempenha um papel crucial na garantia de assistência médica à população, funcionando como complemento indispensável ao Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, este segmento enfrenta uma crise estrutural que ameaça sua sustentabilidade e capacidade de atender às demandas crescentes por serviços de saúde de qualidade. Tal cenário é agravado pela pressão de custos assistenciais, pela incapacidade de muitas operadoras em equilibrar receitas e despesas, e pela necessidade de ampliar a cobertura de procedimentos de alta complexidade e custo, como as terapias ocupacionais baseadas na Análise do Comportamento Aplicada (ABA). O estudo tem como objetivo geral analisar os impactos da crise estrutural na saúde suplementar no Brasil, tendo como foco os desafios relacionados à inclusão das terapias baseadas na Análise do Comportamento Aplicada (ABA) no rol de procedimentos obrigatórios das operadoras de saúde, visando identificar soluções que garantam a sustentabilidade do sistema e o acesso equitativo a tratamentos essenciais para o transtorno do Espectro Autista (TEA). Seus resultados indicam que a sustentabilidade da saúde suplementar no Brasil depende de ações coordenadas e baseadas em evidências, que articulem interesses econômicos e sociais em torno de objetivos comuns. Ao adotar estratégias que integrem eficiência, responsabilidade e inovação, o setor pode superar suas fragilidades estruturais e consolidar-se como um pilar essencial para a promoção da saúde no país, atendendo às necessidades de uma sociedade em constante transformação.