EDUCAÇÃO FINANCEIRA E ENDIVIDAMENTO PESSOAL: Um estudo do perfil dos servidores técnicos e analistas quanto a utilização de empréstimo consignado em um órgão Federal no Maranhão

Abstract

A educação financeira desempenha um papel de grande relevância na capacitação dos indivíduos para a tomada de decisões conscientes sobre a gestão de recursos, consumo e endividamento. No contexto atual, o fácil acesso a diversas opções de crédito, como consignado, e a falta de conhecimento financeiro podem levar a um uso inadequado dos recursos, aumentando os riscos de endividamento excessivo, especialmente na classe dos servidores públicos. Este estudo teve como objetivo analisar o perfil dos servidores técnicos e analistas usuários de crédito consignado em um órgão federal no Maranhão, e a influência do conhecimento financeiro nesse processo. A pesquisa, de natureza descritiva e exploratória, utilizou dados de relatórios da Folha de Pagamento e do Sistema de Recursos Humanos, além de questionário complementar, utilizando-se uma amostra de 6% dos servidores. Os resultados indicaram que 72% dos empréstimos estão concentrados na Seção Judiciária do Maranhão, com predominância de técnicos judiciários (68%), com idade média de 49,67 anos, maioria masculina e escolaridade predominante de pós-graduação (62%). A maior parte dos servidores se encontra no nível de pouco endividada (40%) ou em risco de sobre-endividamento (30%). Em relação ao conhecimento financeiro, servidores classificados como “sem dívidas” apresentaram índice de acerto de 75%, e os “pouco endividados” acertaram 63%, sendo classificados com conhecimento financeiro satisfatório e moderado, respectivamente. Servidores em “risco de endividamento” e “sobre-endividados” obtiveram acertos de 56% e 50%, sendo classificados com conhecimento insuficiente. Conclui-se que o conhecimento financeiro pode influenciar o perfil de endividamento, destacando a relevância de programas de educação financeira.