ANÁLISE DA TAXA DE SOBREVIVÊNCIA DE TILÁPIA (Oreochromis niloticus, Linnaeus, 1758) EM ÁGUA SALINIZADA PARA DIFERENTES CLASSES DE TAMANHOS

Abstract

O Brasil possui uma extensa costa, o que favorece o desenvolvimento de atividades aquícolas, incluindo a piscicultura. No estado do Maranhão, os ambientes estuarinos apresentam condições propícias para a criação de peixes como a tilápia (Oreochromis niloticus), uma espécie amplamente cultivada devido à sua resistência a variações ambientais. No entanto, níveis elevados de salinidade podem representar um desafio para sua sobrevivência, tornando essencial compreender seus limites de tolerância. Este estudo teve como objetivo analisar a taxa de sobrevivência de alevinos, juvenis e adultos de O. niloticus em diferentes níveis de salinidade. Os peixes foram submetidos a um processo de aclimatação progressiva, com um incremento de 5 ppt por dia até atingir 35 ppt. Os dados obtidos foram analisados para verificar a taxa de sobrevivência em cada fase de desenvolvimento. Os resultados indicaram que a taxa de sobrevivência da tilápia declina a partir de 20 ppt, sendo os alevinos e juvenis mais resilientes do que os adultos. A tolerância à salinidade mostrou-se diretamente relacionada ao estágio de desenvolvimento do peixe, influenciada por fatores como tamanho corporal e capacidade osmorregulatória. A salinidade mais adequada para a sobrevivência da tilápia em águas salgadas foi de até 20 ppt. A partir de 25 ppt, a taxa de sobrevivência dos adultos começou a diminuir significativamente, sugerindo uma menor tolerância a condições mais salinas. Esses achados ressaltam a importância de ajustar a salinidade de acordo com a fase de desenvolvimento da espécie em cultivos aquícolas, garantindo melhores taxas de sobrevivência. Estudos futuros podem aprofundar a compreensão dos mecanismos fisiológicos envolvidos nessa diferença de resistência e investigar estratégias para otimizar a aclimatação da tilápia a ambientes de maior salinidade.