Osteoartrite em modelo experimental: parâmetros radiológicos associados aos testes de motricidade, para avaliação e caracterização da evolução da osteoartrite induzida por monoiodoacetato de sódio (MIA) em ratos

Abstract

RESUMO

A osteoartrite (OA) é uma doença articular degenerativa caracterizada por lesões na cartilagem articular e do osso subjacente, muitas vezes levando à dor e a incapacidade funcional. Modelos experimentais são ferramentas importantes para entender a patogênese da OA, assim como o desenvolvimento de intervenções terapêuticas. Estes modelos, que variam de estudos in vitro em sistemas celulares, e in vivo em animais, podem fornecer insights sobre os mecanismos da doença e potenciais estratégias de tratamento. Neste contexto, objetivou-se com esse estudo descrever radiologicamente a OA em modelo experimental, relacionando as características radiológicas com as análises comportamentais nos diferentes sexos. Para tanto, foram utilizados 36 ratos adultos (18 machos e 18 fêmeas) Wistar (Rattus norvegicus), com 60 dias de idade. Para a indução da OA experimental com o monoiodoacetato sódico (MIA) no joelho direito dos animais, e realização dos exames radiográficos, os animais foram anestesiados com cloridrato de quetamina, midazolam e tramadol por via intraperitoneal, e mantidos em plano anestésico com máscara de isoflurano a 2,5%. Os animais foram divididos em três grupos para ambos os sexos, induzido e tratado (Meloxicam), induzido e não tratado, saudável. O experimento foi dividido em seis tempos experimentais, D0, D4, D7, D14, D21 e D28. No D0 é feita a indução da OA, o D4 é o primeiro dia de testes comportamentais e análise radiológica, e assim segue até o D28, onde são feitos os testes comportamentais, análise radiológica e a eutanásia. Os resultados demonstraram que os testes comportamentais não diferem entre os grupos tratados e não tratados, exceto no D4 de machos no teste de deambulação forçada (Rotarod) e em fêmeas no D28 quando submetidas ao teste de sustentação de peso (WB). Os achados radiológicos, como diminuição do espaço articular e surgimento de osteófitos confirmam que houve uma progressão natural da OA dentro do tempo experimental proposto. Os resultados demonstraram que, após a indução da OA foram encontradas esclerose subcondral, osteófitos marginais e diminuição do espaço articular nos joelhos avaliados, demonstrando graus de severidade da doença semelhantes entre os grupos tratados e não tratados. ABSTRACT

Osteoarthritis (OA) is a degenerative joint disease characterized by lesions in the articular cartilage and underlying bone, often leading to pain and functional disability. Experimental models are important tools for understanding the pathogenesis of OA, as well as the development of therapeutic interventions. These models, which range from in vitro studies in cellular systems to in vivo studies in animals, can provide insights into the mechanisms of the disease and potential treatment strategies. In this context, this study aimed to radiologically describe OA in an experimental model, relating the radiological characteristics with behavioral analyses in different sexes. For this purpose, 36 adult Wistar rats (Rattus norvegicus) (18 males and 18 females), aged 60 days, were used. For the induction of experimental OA with sodium monoiodoacetate (MIA) in the right knee of the animals, and for radiographic examinations, the animals were anesthetized with ketamine hydrochloride, midazolam and tramadol intraperitoneally, and maintained under anesthesia with 2.5% isoflurane mask. The animals were divided into three groups for both sexes: induced and treated (Meloxicam), induced and untreated, and healthy. The experiment was divided into six experimental times: D0, D4, D7, D14, D21 and D28. On D0, OA induction is performed, D4 is the first day of behavioral tests and radiological analysis, and so on until D28, when behavioral tests, radiological analysis and euthanasia are performed. The results showed that behavioral tests did not differ between treated and untreated groups, except on D4 in males in the forced ambulation test (Rotarod) and in females on D28 when subjected to the weight-bearing test (WB). Radiological findings, such as decreased joint space and the appearance of osteophytes, confirm that there was a natural progression of OA within the proposed experimental time. The results demonstrated that, after OA induction, subchondral sclerosis, marginal osteophytes and decreased joint space were found in the evaluated knees, demonstrating similar degrees of disease severity between treated and untreated groups.