Evolução da prevalência do aleitamento materno no estado do Maranhão e capital, São Luís, no período de 2015 a 2024

Abstract

RESUMO

Introdução: O aleitamento materno tem sido uma prática fundamental para garantir a saúde infantil. Apesar dos avanços dentro do sistema de saúde, a prática da amamentação ainda enfrenta diversos desafios. O estudo tem como objetivo analisar a evolução da prevalência do aleitamento materno no estado do Maranhão e na capital, São Luís, no período de 2015 a 2024, além de analisar fatores que influenciaram as variações nos índices de aleitamento materno, como a raça/cor. Método: Este é um estudo ecológico retrospectivo, com dados secundários coletados na plataforma do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional do Ministério da Saúde. As variáveis se referem ao consumo alimentar da primeira infância em duas vertentes: aleitamento materno exclusivo até seis meses de vida e aleitamento materno continuado, oferecido até 24 meses de idade, de acordo com o local de residência e raça. Resultados: Ao longo dos anos, os resultados mostraram crescimento consistente de ambos os tipos de aleitamento materno no Maranhão, porém com Aleitamento materno continuado (AM) superior ao Aleitamento Materno Exclusivo (AME). Em São Luís, a trajetória do AME foi instável, havendo uma queda expressiva em 2016. Entretanto, houve recuperação contínua desses índices nos anos seguintes. O AM, na capital, por sua vez, demonstrou crescimento linear, atingindo 80% em 2023. A desagregação por raça/cor revelou oscilações mais acentuadas no AME para crianças pretas, enquanto as crianças brancas apresentaram um desenvolvimento mais constante. Houve um crescimento exponencial do número de indivíduos acompanhados é um importante fator a se destacar, visto que, de 2015 até o final do ano de 2024, mais de 90 mil crianças foram acompanhadas pelo sistema. Conclusão: Apesar de breves oscilações, os achados deste estudo evidenciam uma evolução positiva na prevalência do aleitamento materno no estado do Maranhão e na capital, São Luís, ao longo do período analisado. Além disso, o aumento significativo do número de crianças acompanhadas reforça a importância da Vigilância Alimentar e Nutricional. No entanto, fragilidades, como os impactos da pandemia e os baixos registros em relação a crianças pretas, destacam a necessidade da implementação de políticas públicas e do fortalecimento das existentes, para que garantam mais equidade e melhorem o apoio às mães que desejam amamentar.