Sazonalidade da fase não parasitária de Haematobia Irritans no bioma Amazônia

Abstract

RESUMO

A bovinocultura sofre diversos prejuízos causados por infecções provenientes de parasitos hematófagos, como as moscas-dos-chifres, Haematobia irritans. Essas moscas causam desconforto aos bovinos, além de causarem lesões cutâneas devido as altas infestações. Essas problemáticas levam a emaciação dos animais e em casos graves, a morte de bovinos de corte, afetando diretamente na produção e qualidade da carne e leite. Portanto, as moscas-dos-chifres são de grande preocupação econômica e de saúde veterinária. Como medida de controle, são utilizados fármacos inseticidas comercialmente disponíveis. Entretanto, devido ao uso demasiado desses fármacos, organismos resistentes são selecionados, tornando tais drogas ineficientes. Dessa maneira, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a dinâmica sazonal da fase não parasitária de Haematobia irritans no bioma Amazônia e a influência de fatores abióticos em seu ciclo de vida, para auxiliar no estudo do controle parasitário. Para a realização deste trabalho, moscas foram coletadas a cada 15 dias, em uma área rural no município de Buriticupu-MA, através da técnica de armadilha de emergência sobre as fezes frescas dos bovinos da raça Nelore para atrair as moscas-dos-chifres. Posteriormente, foi realizada a identificação e contagem de H. irritans com auxílio da lupa e chave de identificação específica. Para correlacionar o estabelecimento da espécie e os fatores climáticos, dados meteorológicos de precipitação foram coletados pelo banco de dados de climáticos AGRITEMPO da estação meteorológica de Buriticupu (MA) - TRMM.8507. Durante o período de 12 meses, foram realizadas 52 coletas e contabilizadas 13.190 moscas. Do total de moscas coletadas, 350 pertencem a espécie H. irritans e outras moscas majoritariamente Musca domestica e Stomoxys calcitrans. Para H. irritans, a incidência média foi de aproximadamente 6,7 moscas por mês. Dessa forma, moscas H. irritans apresentaram dois picos populacionais ao longo do ano, um iniciando em Abril (total de 33 moscas), atingindo seu pico máximo em maio (total de 90 moscas), e outro pico de H. irritans observado no mês de novembro com 178 moscas coletadas. . Diante do exposto, identificar e entender a fase não parasitária de H. irritans, bem como sua sazonalidade, foi fundamental para auxiliar no estudo do controle parasitário.